O termo "racismo recreativo" voltou a ser debatido com uma denúncia sobre vídeo gravado pelas influenciadoras Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves, que são mãe e filha. Elas publicaram vídeos no TikTok em que abordam crianças negras nas ruas e entregam um macaco de pelúcia, uma banana e dinheiro para elas.
O caso ganhou repercussão após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o fato em suas redes sociais. Segundo a advogada, o vídeo é um caso de "racismo recreativo", que acontece quando alguém usa de “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão”.
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância abriu um inquérito para apurar se as influenciadoras praticaram crime de racismo ou injúria racial e se infringiram algum crime do Estatuto da Criança e do Adolescente. Em junho, elas foram intimadas a prestaram um novo depoimento.
Racismo recreativo
Racismo recreativo é uma prática de racismo disfarçada de “humor” em que associa características físicas ou culturais de minorias raciais como algo desagradável e inferior, mas em forma de “piadas” ou “brincadeiras”.
O termo foi criado por Adilson Moreira, autor do livro “O que é Racismo Recreativo?”. Nele, Adilson ressalta que o racismo em forma de “humor” colabora para justificar uma agressão disfarçada de “brincadeira”.
“O humor racista é um tipo de discurso de ódio, é um tipo de mensagem que comunica desprezo, que comunica condescendência por minorias raciais”, disse Adilson em entrevistas sobre o seu livro.