Entidades fazem campanha por voto em mulheres pretas

Iniciativa terá ações como lives, debates e campanhas nas redes

23 ago 2022 - 09h48
(atualizado às 09h49)
A ideia da campanha é estimular que mais mulheres pretas possam ocupar os espaços de poder e, com isso, reverter esse quadro.
A ideia da campanha é estimular que mais mulheres pretas possam ocupar os espaços de poder e, com isso, reverter esse quadro.
Foto: Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil / Alma Preta

A Central Única das Favelas (Cufa) e a Frente Nacional Antirracista (FNA) estão lançando a campanha Vote Nelas, que pede que o eleitor vote em mulheres pretas. A cada 100 candidatos que são eleitos no Brasil, apenas três são mulheres pretas, informaram as entidades.

A ideia da campanha é estimular que mais mulheres pretas possam ocupar os espaços de poder e, com isso, reverter esse quadro. Uma estatística parcial feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições deste ano revelou que 33% das candidaturas para um cargo político foram registradas por mulheres. Esse número cresceu em relação às eleições de 2018, quando o número de candidaturas de mulheres correspondeu a 31,8%.

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“A campanha é apartidária, mas entende que votar em mulheres pretas competentes é uma obrigação de quem deseja ver as mudanças que, até agora, não vimos", disse a coordenadora da CUFA, Drika Martim, por meio de nota.

A representante da Frente Nacional Antirracista, Anna Karla Pereira, também se manifestou por meio de nota. “Se somos quase 30% da sociedade brasileira, por que menos de 3% de nós é eleita? Esse quadro tem que mudar, para que a sociedade avance na busca por mais justiça social e equidade”, disse. 

De acordo com as entidades, a campanha fará ações de conscientização presenciais e online em todo o país durante o período eleitoral. Entre essas ações estão previstas rodas de conversas, lives, debates e campanhas nas redes.

Também para estimular as candidaturas de mulheres e negros, o Congresso aprovou que os votos dados a candidatas mulheres e a pessoas negras vão ser contados em dobro para a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário entre os partidos políticos a partir das eleições deste ano. A medida vai valer até 2030. 

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Agência Brasil
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