Entidades lançam campanha para indicação da primeira mulher negra ao STF

Apesar de representarem uma grande parcela da população brasileira, negros e mulheres têm sido sistematicamente excluídos da mais alta esfera do Poder Judiciário Texto: Pedro Borges | Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

4 set 2023 - 20h05
(atualizado às 21h44)
Imagem mostra a escultura "A Justiça", em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, Brasília (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo)
Imagem mostra a escultura "A Justiça", em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na Praça dos Três Poderes, Brasília (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo)
Foto: Alma Preta

Em 132 anos de existência, entre 171 ministros, apenas três homens negros e três mulheres brancas ocuparam vagas no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é a realidade que um grupo de 19 organizações que atuam em prol da igualdade racial e de gênero quer mudar. Por meio de uma campanha virtual coletiva, o grupo tenta pressionar o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pela indicação da primeira mulher negra a uma cadeira da Suprema Corte.

Em outubro deste ano, a ministra Rosa Weber — a terceira mulher a ocupar um cargo no STF — vai se aposentar. Para que o lugar dela seja ocupado por uma mulher negra, o grupo está incentivando o envio de e-mails ao gabinete da Presidência da República por meio de uma plataforma virtual.

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O site criado pelas organizações também reúne uma série de informações apontando a trajetória excludente da Corte com o objetivo de conscientizar a sociedade brasileira sobre a necessidade de reparação histórica no STF. No final da campanha, as assinaturas coletadas serão reunidas em um documento que será entregue pessoalmente ao presidente Lula.

Ministra Anielle Franco se junta ao movimento

No último domingo (3), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, publicou uma carta no Portal 360, em que citou Esperança Garcia, negra, escravizada e primeira advogada brasileira. Franco apontou que há muitas profissionais negras que possuem o conhecimento jurídico, o reconhecimento e a formação acadêmica necessária para ocupar o cargo no STF.

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Com a saída de Rosa Weber, se um homem branco for o próximo indicado, a ministra Carmen Lúcia seria a única mulher a ocupar uma vaga na Suprema Corte, o que resultaria em uma participação feminina de apenas 9% e nenhuma representatividade negra. Dados divulgados pela campanha apontam que, na população brasileira, 51,1% são mulheres, 56,1% são pessoas negras e 25,4% são mulheres negras.

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