A Espanha anunciou que prendeu sete envolvidos em episódios de racismo contra Vinicius Júnior. Dos detidos, quatro são suspeitos de pendurar um boneco representando o jogador do Real Madrid, enforcado em uma ponte rodoviária em Madri em janeiro, e outras três pessoas foram detidas por causa dos insultos racistas no duelo de domingo no duelo contra o Valencia.
O boneco, com uma blusa de Vinicius Junior, apareceu pendurado, simulando um enforcamento, no dia 26 de janeiro, após a vitória do Real Madrid por 3 a 1 contra o Atlético de Madrid pela Copa do Rei. Com ele havia uma faixa com as palavras: "Madrid odeia o Real".
Na sequência do ataque, o Real Madrid denunciou um "lamentável e repugnante ato de racismo, xenofobia e ódio contra o nosso jogador Vinicius", declarando esperar "que sejam apuradas todas as responsabilidades de quem participou neste ato tão desprezível". Foi imediatamente aberto um inquérito.
A investigação, baseada principalmente em testemunhos, estabeleceu que estes quatro torcedores, "identificados durante os jogos classificados como de alto risco no âmbito da prevenção da violência no esporte", eram os "presumíveis autores" dos atos, declarou a polícia.
As quatro pessoas, detidas em Madrid, são alegadamente responsáveis por um "crime de ódio", declarou a polícia espanhola em comunicado. Três delas são "membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube de Madrid", acrescenta o comunicado.
Os meios de comunicação social espanhóis afirmaram que a polícia tinha utilizado as câmaras de segurança para identificar os autores do crime, mas até agora não tinham sido tomadas quaisquer medidas.
A mensagem de ódio na faixa é frequentemente utilizada por um dos grupos de torcedores do Atlético, que negou ter sido responsável pela exibição. A polícia não disse imediatamente se os detidos tinham alguma ligação com esses torcedores
Vinícius tem sido alvo de repetidas provocações racistas em Espanha, especialmente após ter começado a festejar os seus gols dançando.
A partida foi retomada após um aviso no sistema de som do estádio, que pedia o fim das manifestações racistas. Mais tarde, em uma confusão generalizada, Vinícius deixou o braço no rosto de Hugo Duro e foi o único jogador expulso já nos acréscimos.
O brasileiro recebeu apoio de dirigentes e atletas de todo o mundo e criticou fortemente o futebol espanhol por não fazer mais para acabar com o racismo. O Valência baniu para sempre um torcedor identificado como tendo insultado Vinícius durante o jogo. O Real Madrid levou o caso ao Ministério Público, considerando-o um crime de ódio. A liga espanhola apresentou nove queixas-crime de casos de racismo contra Vinícius nas últimas duas temporadas, tendo a maioria sido arquivada pelos procuradores.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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