A pastora e cantora gospel Denise Seixas obteve uma medida protetiva contra o seu companheiro e líder da Igreja Bola de Neve, Rinaldo Pereira, que foi acusado de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação.
A pastora e cantora gospel Denise Seixas, esposa do pastor Rinaldo Pereira, líder da igreja evangélica Bola de Neve, conseguiu uma medida protetiva contra o ex-companheiro após denunciá-lo por lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação. A informação foi confirmada pela advogada de Denise ao Universa, do UOL.
De acordo com a decisão da Justiça de São Paulo, Rinaldo Pereira, também conhecido como Apóstolo Rina, deve manter, ao menos, 300 metros de distância de Denise e sua família, bem como de eventuais testemunhas do processo. Ele também está proibido de manter contato com a pastora, mesmo que por intermédio de terceiros.
Em depoimento à Polícia Civil, Denise disse que foi agredida de diversas formas pelo pastor, desde xingamentos até violência física. Em uma ocasião, ela tomou um soco no nariz, mas não denunciou Rinaldo por causa da influência que ele tem.
Em abril do ano passado, o filho de Denise divulgou um vídeo em que Rinaldo diz que a mulher está "completamente enlouquecida". Segundo a cantora gospel, ela passou a sofrer violência psicológica após essa divulgação, uma vez que o líder religioso teria ficado enfurecido.
Segundo o depoimento de Denise, ela foi obrigada a gravar vídeos desmentindo que Rinaldo seria um agressor, mas como "as pessoas perceberam que ela estava lendo", o líder da igreja Bola de Neve arremessou uma cadeira na direção da mulher, que teria desviado, informou o g1.
Nos últimos dois meses, Denise perdeu o acesso às redes sociais e às suas finanças. Sempre que precisa de dinheiro, tem que entrar em contato com uma pessoa indicada pelo pastor. Ela também foi ameaçada para ter relações sexuais com Rinaldo, que teria dado um "prazo" para ela voltar a se relacionar intimamente com ele.
Ao Terra NÓS, a assessoria de imprensa de Rinaldo Pereira informou que ele nega qualquer prática violenta. "[Ele] confia na apuração isenta e técnica de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público. O apóstolo se afastou voluntariamente da direção da Igreja Bola de Neve. Com muita serenidade, aguarda que sejam realizadas investigações imparciais e justas e tem convicção de que, ao final, será comprovada sua inocência", comunicou.
O que diz a igreja
No dia 9 de junho, a igreja Bola de Neve afirmou em comunicado que o pastor foi afastado da instituição. Confira a nota na íntegra:
"É com muito pesar e tristeza que nos dirigimos a vocês para tratar dos fatos que se desdobram nas últimas semanas envolvendo o Ministério Bola de Neve. O Conselho Deliberativo, junto ao Apóstolo Rina, decidiu pelo afastamento do seu fundador para que se dedique integralmente a esclarecer os apontamentos apresentados e restabelecer sua saúde e a de sua família. A partir de agora, o Conselho Deliberativo assume a responsabilidade por todo o Ministério.
Desta forma, pedimos perdão primeiramente a Deus, a quem um dia prestaremos conta, pelas falhas e falta de atenção aos fatos apresentados.
Estendemos nossa verdade e retratação à família Bola de Neve, a qual tanto amamos, e a todos que, de alguma forma, decepcionaram-se com a condução da liderança e, também, para aqueles que um dia saíram feridos por quaisquer falhas cometidas no Ministério. Investimos nossas vidas pela cura, restauração e salvação de famílias, nunca para a destruição.
Como medidas construtivas, nos comprometemos com ações que farão com que a Igreja mantenha a integridade e a santidade da estrutura eclesiástica, entre elas estão:
• Instalação do canal de ouvidoria para catalisar possíveis falhas e má conduta, por meio do e-mail ouvidoria@boladeneve.com
• Elaboração de um Conselho de Ética para apuração e deliberação a respeito de todas as irregularidades apresentadas.
• Diligência e apuração de cada caso (inclusive de foro íntimo), averiguando necessidade de afastamento ou desligamento de lideranças.
• Acompanhamento de situações apresentadas pela investigação interna.
• Reformulação do Regimento Interno para alinhar com mais clareza expectativas da congregação e evitar que eventos semelhantes aconteçam novamente.
Queremos por fim reconhecer, humildemente, que momentos assim, apesar de toda tristeza e dor, são oportunos para aperfeiçoamentos, melhorias e restruturação. Não estamos empenhados em sustentar uma placa ministerial, mas sim a Igreja, noiva de Cristo."
Em caso de violência contra a mulher, denuncie
Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.
Saiba mais sobre como denunciar aqui.