A esposa de Silvio Almeida, a modista Ednéia Carvalho, fez um longo desabafo nas redes sociais sobre como tem sido os últimos meses após o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania ter sido demitido em setembro. O desligamento aconteceu depois que denúncias de assédio sexual feitas à ONG Me too Brasil terem vindo à tona.
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No texto, publicado nesta quinta-feira, 7, ela diz que os últimos dois meses não têm sido fáceis. “Fala-se tanto em pautas feministas, mas esse mesmo feminismo não me acolheu, nunca vou esquecer das vezes que tive que amamentar a minha filha em meio a uma tristeza profunda”, escreveu.
“Eu lamento muito que pautas sérias estejam sendo banalizadas por interesses pessoais, mas apesar de tudo estou bem, sigo cuidando da minha família, Anesu é a nossa vida, por ela faremos de tudo para garantir a sua felicidade e a sua segurança”, disse Ednéia.
Ela agradeceu ainda aos amigos e familiares, que não os abandonou apesar das acusações. “Tivemos decepções, sim tivemos, teve quem pulou do barco, teve quem soltou a nossa mão, mas uma minoria que chega a ser irrelevante tamanha foi a rede de apoio que recebemos, inclusive aqui mesmo nessa mesma rede que massacrou minha família, que não pouparam nem a Anesu, eu recebi muito carinho e apoio também, meu muito obrigada”, destacou.
Ela concluiu o texto afirmando ao marido que seguem “ansiosos pela justiça”: “Meu amor, conte comigo sempre, amo você demais”.
Denúncias de assédio
O escândalo se tornou público em 5 de setembro deste ano, quando a ONG, que apoia vítimas de violência sexual, confirmou ter recebeido denúncias contra o ex-ministro e prestou atendimento jurídico e psicológico às vítimas. A informação foi inicialmente divulgada pelo Metrópoles.
Após os casos virem à tona, o ministro foi demitido oficialmente em uma decisão publicada em uma edição extra do Diário Oficial. Em nota divulgada à imprensa, a presidência da República afirmou que o presidente Lula considera a insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma advogada e quatro ex-alunas de Almeida relataram o caso para a mídia.
Na época, o ministro divulgou nota e gravou um vídeo em rede social declarando-se alvo de denúncias sem prova. Ele também acionou a Justiça para que a ONG preste esclarecimentos sobre as denúncias de assédio que recebeu contra ele.
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a abertura de um inquérito contra o ex-ministro.