Estrangeiras dizem que foram forçadas a se tatuar por Brennand: "Eu não queria, me senti carimbada"

Outras duas mulheres denunciaram o empresário para as autoridades brasileiras e relataram violência sexual e abuso psicológico

10 jul 2023 - 11h38
(atualizado às 12h59)
Thiago Brennand
Thiago Brennand
Foto: Thiago Brennand 

Em novas denúncias, duas mulheres estrangeiras contaram que sofreram violência sexual, abuso psicológico e foram forçadas e se tatuar pelo empresário Thiago Brennand. Ele está preso desde abril deste ano. As informações são do Fantástico, da TV Globo.

Em reportagem exibida no último domingo, 9, as denunciantes relataram que se relacionaram com o empresário em épocas diferentes. Elas viveram com ele em um apartamento em um bairro nobre de São Paulo, mas eram vigiadas, proibidas de sair sozinhas e até de manter contato com amigos e familiares. Os casos teriam acontecido entre 2015 e 2018.

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Segundo as mulheres, tudo era motivo para causar ira de Brennand. "Se eu falasse 'não', ele respondia dizendo que iria destruir minha vida, fazer dela um inferno", contou uma delas. 

"Depois que ele me estuprou, eu ficava o tempo todo tentando evitar que ele ficasse bravo comigo", afirmou a outra.

"Me senti carimbada"

Sobre as tatuagens, umas das estrangeiras contou que foi em um lugar "bastante íntimo". "O desenho era um símbolo da família dele. Eu não queria fazer, me senti carimbada", disse. "Ele gostava de se gabar por isso. Quando vinha gente em casa, ele pedia para eu mostrar", acrescentou.

Segundo ela, outras mulheres também foram tatuadas. "Ele tinha até uma pasta no computador com as tatuagens, uma para cada menina. Eram mais de dez", afirmou.

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Uma mulher que trabalhou com Brennand disse que conheceu uma das jovens que foi tatuada. "Ele até brincou e disse: 'Ah, tu não sabe o que foi que eu fiz aí. A minha assinatura ali vai ser para marcar território. Se alguém for ali sem ser eu, vai saber que eu já passei por ali."  

A europeia que ela conheceu relatou como foi convencida a fazer a tatuagem: "A pressão era tão grande que, na época, me pareceu melhor me submeter a isso para deixá-lo mais calmo. O Thiago se sentia provocado por coisas mínimas. Um fio de cabelo arrepiado ou um esmalte das minhas unhas lascado dois dias depois da manicure".

Os dois casos foram denunciados às autoridades brasileiras e as mulheres já voltaram para seus países de origem. Thiago Brennand é réu em nove processos e responde por estupro, ameaça, lesão corporal, corrupção de menor, cárcere privado, calúnia, injúria e difamação. Ele está detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital paulista.

O Terra busca contato com o advogado de Thiago Brennand, mas não teve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

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Fonte: Redação Terra
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