Etarismo no mercado de trabalho: quais são as consequências do preconceito para as mulheres?

Painel reúne executivas experientes para falar sobre carreira em encontro de lideranças femininas

12 mai 2023 - 05h00
No Women On Top, Adriana Ferreira disse que mudou de carreira por não estar disposta a se submeter a certas pressões
No Women On Top, Adriana Ferreira disse que mudou de carreira por não estar disposta a se submeter a certas pressões
Foto: Reprodução: LinkedIn: Adriana Ferreira Silva

O Women on Top 2023, maior encontro de lideranças femininas da América Latina, que aconteceu no último sábado, 6, trouxe o tema do etarismo no mercado de trabalho para ser discutido por executivas experientes. O painel "Etarismo no mercado X Maturidade na carreira" foi mediado pela jornalista e fundadora da agência de criação Grená Adriana Ferreira. 

Além de Adriana, Andréa Cruz, CEO da SERH1 Consult, Silmara Olivio, chefe de relações públicas, comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola, Olga Martinez, sócia da Amélie Consulting, e Vânia Neves, diretora de tecnologia da Vale, participaram do encontro.

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Women On Top: quais as consequência do etarismo no mercado de trabalho?
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Segundo recordou a mediadora, a filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986) disse que a velhice é o último tabu a ser discutido. Com uma extensa carreira jornalística, Adriana lembrou que diversos assuntos já foram debatidos ao longo dos anos, mas o etarismo foi a última discussão a atingir o mercado de trabalho feminino.

De acordo com Silmara Olivio, o cabelo branco tem definições diferentes se você é homem ou mulher. “O cabelo branco para o homem é experiência, além de charme. Para a gente, é velhice ou descuido”.

A executiva ainda observou que o contexto familiar é visto de maneira distinta entre os gêneros: quando as pessoas olham a foto da família de um homem no escritório dele o pensamento mais comum é de que ele é “homem de família”. Segundo Silmara, para a mulher é diferente, as pessoas começam a achar que ela pode “perder o foco” porque tem filhos que dependem dela e demandam tempo. Olga Martinez lembrou que as mulheres costumam se definir pela limitação que o ambiente masculino coloca nela.

Maturidade emocional

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No painel, Adriana também conversou com as convidadas sobre o sentimento das empresas em relação à idade das lideranças. Para Andréa Cruz, as oragnizações ainda têm a mentalidade de querer limitar as pessoas, sendo a idade um desses limitadores. Segundo ela, a maturidade emocional que profissionais mais experientes apresentam é uma vantagem competitiva importante, mesmo com o cenário de etarismo dentro das empreas. 

Com a experiência, também aparecem questionamentos sobre como um emprego se adequa à vida atual do profissional, segundo as convidadas. Adriana contou que decidiu mudar de carreira recentemente por não estar mais disposta a se submeter a certas pressões. Andréa explicou que isso acontece porque o profissional experiente se questiona sobre o que vale a pena se sujeitar e que essa é uma tendência que precisa ser notada dentro da empresas.

"As pessoas estão questionando até onde vai o nível de tolerância dela com as microagressões que têm acontecido nas organizações”, disse Andréa, lembrando que as pessoas estão escolhendo novos modelos de vida.

Vânia lembrou que uma das vantagens interessantes da discussão do etarismo é permitir que as pessoas comecem a pensar nisso com antecedência, ferramenta que outras gerações não tiveram. “A gente tem que refletir como queremos encarar esse momento. As organizações não estão prontas. Nós não fomos preparados para lidar com essa diversidade”, afirmou Vânia.

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Fonte: Redação Nós
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