A dançarina e empresária Lorena Improta, de 29 anos, falou sobre quando começou a entender o racismo em entrevista à Marie Claire. Alguns meses após sua filha com Léo Santana nascer, a Liz, a dançarina comentou que os fios dos cachos do cabelo da menina estavam para cima e recebeu diversas mensagens.
"Isso atingiu algumas mulheres negras, que vieram me dizer, de forma educada, que o que eu tinha dito não havia sido legal. Me desculpei e foi quando optei por estudar e fazer letramento racial. Então, foi uma situação em que eu não recebi hate, mas me atingiu e me fez mudar", disse ela.
Sem conversas sobre racismo na família, Lorena disse que cresceu sem saber como se posicionar sobre o assunto. "Está sendo muito importante para mim, hoje eu me sinto uma mulher muito mais segura sobre o que vou falar e como vou falar. De trocar ideia mesmo com outras pessoas, porque eu tenho um relacionamento interracial e não falávamos sobre isso em casa. Era um assunto sobre o qual não conversávamos em família, então eu não tinha muitas informações sobre como me posicionar, eu sempre preferia ficar quieta", contou.
Após o nascimento de Liz, a dançarina disse estar aprendendo mais sobre racismo. "Tenho tentado aprender pela minha filha. Porque uma das coisas mais importantes que aprendi é sobre empoderamento. Mostrar o quanto ela é especial, o valor da sua beleza. Isso é muito forte dentro da minha casa. Faço isso desde que ela nasceu. Digo 'você é linda', com ela de frente para o espelho", afirmou Lorena.
Com o objetivo de compartilhar informações sobre atitudes antiracistas com o seu público, Lorena Improta tem feito conteúdos para levar informações importantes para pessoas que ainda não têm muito conhecimento sobre o assunto. "Eu tive que ter uma filha preta para despertar para o racismo", ressaltou a dançarina.
Através de aulas e pesquisas, Lorena está aprendendo sobre apropriação cultural, colorismo e outros assuntos para também poder compartilhar em suas redes sociais. "Aprendi sobre apropriação cultural, que era uma coisa que eu não compreendia, racismo recreativo, vamos falar sobre colorismo agora. Tinham vários pontos que eu tinha dúvidas", contou ela.