Éverson, goleiro do Atlético-MG, é vítima de racismo em jogo da Libertadores no Paraguai

Torcedores do Libertad são flagrados fazendo imitações de macaco em direção ao jogador atleticano; diretor de futebol do clube brasileiro registra caso junto ao delegado da partida

27 jun 2023 - 23h17
(atualizado em 28/6/2023 às 08h58)
Ao menos dois torcedores do Libertad fazem imitações de macaco em direção ao goleiro Éverson
Ao menos dois torcedores do Libertad fazem imitações de macaco em direção ao goleiro Éverson
Foto: Reprodução

O goleiro Éverson foi vítima de racismo após o empate por 1 a 1 entre Atlético-MG e Libertad, nesta terça-feira, pela sexta e última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. O resultado classificou a equipe mineira para as oitavas de final e empurrou os paraguaios para os playoffs na Copa Sul-Americana. Nas gravações, é possível ver ao menos dois torcedores do Libertad fazendo imitações de macaco em direção ao goleiro Éverson. O momento foi registrado pelo canal de TV do Atlético-MG.

Nas redes sociais, o Atlético-MG se manifestou sobre o novo caso de racismo no futebol. "Indignação é a palavra que define o sentimento do Galo diante das manifestações racistas de torcedores do Libertad, dirigidas ao goleiro Éverson. Punições realmente severas precisam ser aplicadas para que essas cenas covardes e inadmissíveis, vistas no Defensores del Chaco, não aconteçam nos estádios da América do Sul. Ao nosso paredão e multicampeão Éverson, o carinho e a admiração de toda a Massa Atleticana", escreveu o clube mineiro.

Publicidade

"Infelizmente, isso ainda acontece, é escancarado, em redes sociais e já aconteceu comigo. Infelizmente, também é nas entrelinhas, as pessoas comentam, mas não usam a palavra. Isso ainda acontece, já ocorreu com o Vini Júnior, um estádio todo contra ele. E hoje por conta, acho eu, de ter feito uma boa partida e ter sido peça fundamental, no final do jogo fui o atleta que mais xingaram e usaram esse ato de racismo mais uma vez", comentou Éverson na zona mista após a partida.

"Todos somos de carne e osso, todos temos sangue, cada um tem sua etnia, mas ainda falta um pouco de compaixão dos nossos amigos sul-americanos. Sabe que isso acontece no Paraguai, no Chile, na Argentina, em todos os países, e cabe a nós termos cabeça e buscar nossos direitos. Sabe que, infelizmente, só virá uma nota da Conmebol e é buscar se manter firme. Continuar trabalhando, com a esperança que um dia isso pode mudar, mas sabemos que se não tiver medidas mais drásticas, isso vai continuar", disse o goleiro.

O diretor de futebol, Rodrigo Caetano, entregou ao delegado da partida, representante da Conmebol no duelo, um pendrive com as imagens.

Esse não é o primeiro caso de racismo registrado contra representantes do Atlético-MG nessa edição da Libertadores. Na primeira fase, o venezuelano Carabobo foi multado em R$ 500 mil por insultos racistas da sua torcida contra o Atlético-MG.

Publicidade
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se