-1jy7orqt0u4hi.png "Redação Terra")
A ex-assistente de palco do The Noite, no SBT, Juliana Oliveira, entrou com uma representação criminal em que acusa o apresentador Otávio Mesquita de estupro. Na queixa apresentada junto ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a comediante diz que o caso ocorreu durante a gravação do programa comandado por Danilo Gentili. Ao Terra, o apresentador negou que tenha violentado a ex-colega de emissora.
De acordo com o advogado que representa a vítima, Hédio Silva Jr., a denúncia traz imagens e a transcrição dos diálogos que foram ao ar em 25 de abril de 2016, e apontam que Mesquita teria tocado os seios e partes íntimas de Juliana.
O vídeo em questão está disponível nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver o apresentador descer até o palco em uma corda, enquanto está vestido do personagem Batman. Ele a abraça e ela parece tentar se desvincular. Eles caem sentados em um sofá, e Mesquita continua a agarrá-la. A assistente demonstra incômodo e até fala: ‘Ele não para’.
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O advogado declarou ao Terra: "O fato do agressor se aproveitar de uma situação qualquer, e ele contemplar uma parte do corpo feminino, a chamada contemplação lasciva, é o suficiente para caracterizar estupro, quanto mais o nível de agressão a que ela foi submetida". Ainda segundo a defesa, inicialmente, ela não tinha consciência da gravidade dos fatos e achou que tinha sido vítima de assédio.
"Se ela não se deu conta, quantas mulheres podem ter passado por uma situação semelhante e não se deram conta da gravidade, da violência que foram submetidas?", disse o advogado, pedindo que o MP denuncie Mesquita por estupro.
Em contato com o Terra, o apresentador negou que tenha cometido o crime e que a cena foi combinada com Juliana. Ele ainda alega que a representação foi feita porque ela foi demitida recentemente da emissora. O desligamento da humorista ocorreu em fevereiro.
“Não, imagina. 40 anos de televisão, nunca fiz nada. Como é que ela me acusa de estupro num programa de televisão? Foi uma brincadeira. E outra coisa, a minha mulher e o meu filho estavam lá, meu filho criança, participando da coisa. Então, aquilo foi uma brincadeira que nós combinamos. Tudo alinhado. Naquela época podia fazer. Naquela época era mais divertido. E aí fiz aquilo tudo. Ela riu, a gente se divertiu. Foi pro ar. Todo mundo gostou. Dez anos depois, ela entra com o projeto porque foi demitida?”, questiona.
O apresentador também questiona o fato de Juliana ter entrado com a representação sem entrar em contato com ele. Segundo Mesquita, a situação também chateou a empresa, que não teria colocado o programa no ar caso se entendesse que se tratava de um crime.
“É a minha imagem. Nunca tive problema nenhum de Justiça. Primeira vez, 65 anos de idade. Isso é uma acusação errada. O que é estupro? Peguei ela em algum lugar? Claro que não. Foi uma brincadeira que a gente fez. Se o SBT me pôs no ar, é porque foi divertido. Se ela tivesse falado ‘eu fui estuprada’, então não põe no ar. Foi uma cena de novela”, declara.
A reportagem tentou mais informações sobre o caso com o Ministério Público, que não localizou a representação. O SBT também foi contactado, mas não deu retorno até o momento. O espaço permanece aberto para manifestações.
