O ator e ex-BBB Gabriel Santana esteve no programa "Sala de TV" do Terra, mediado por Jeff Benício e Glauco Lopes nesta quarta-feira, 23. No programa, Gabriel comentou os casos de racismo estrutural no BBB23.
"Não tem como a gente colocar 11 pessoas pretas e 11 pessoas brancas [no BBB] em um país que é estruturalmente racista e não esperar que sejam reproduzidos arquétipos, estereótipos e ações que estão empregnadas na gente desde 1500. É impossível", afirmou.
Impunidade Estrutural: "O racismo tem que custar caro"
O ator disse que, como homem, e com todo o seu processo de desconstrução, ele também pode acabar cometendo alguns erros. "É impossível você esperar que eu não reproduza, em algum momento, estereótipos machistas. É intríseco de uma sociedade doente, machista e racista", contou.
Gabriel ainda disse que, dentro do BBB23, ele era cuidadoso com tudo o que fazia por saber o que ele representa dentro da sociedade e do programa como pessoa preta e bissexual. "Às vezes, não é intencional, mas o contexto define a estrutura do racismo e do machismo", disse.
"A gente está em um programa de entretenimento que é visto pelo Brasil todo, por todas as camadas econômicas, por todas as camadas de níveis de militância. Então, não tem como eu dar um discurso sem saber exatamente para quem eu estou dizendo, como eu estou dizendo e por quanto tempo eu estou dizendo" afirmou Gabriel.
Para ele, a edição do BBB deste ano foi muito importante por ter metade do elenco composto por pessoas pretas. E, sobre o racismo estrutural presente no programa, Gabriel disse: "Eu acho que as pessoas que, de alguma forma, reproduziram isso lá dentro, não foi de um lugar de escrotidão, foi de um lugar de simplesmente ser uma cultura enraizada no brasil há mais de 500 anos".
Confira a entrevista de Gabriel Santana para o "Sala de TV"
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