Roy Rosselló, um dos membros da boy band latina Menudo, revelou nesta terça-feira, 18, que foi estuprado quando tinha 14 anos e que o agressor era o empresário do grupo, Jose Menendez. A declaração foi feita durante entrevista ao programa norte-americano Today.
"Este é o homem que me estuprou, este é o pedófilo, é hora de o mundo saber a verdade", diz Rosselló no vídeo, apontando para uma foto de Menendez, ao revelar que foi drogado e abusado.
As declarações também foram feitas no documentário Menendez + Menudo: Boys Betrayed, do serviço de streaming Peacock, indisponível no Brasil, que será lançado no dia 2 de maio. O documentário investiga as denúncias de abuso sexual feitas por Roy e pelos filhos de José Menendez, Erik e Lyle Menendez, que foram condenados à prisão perpétua, em 1996, pelo assassinato dos pais, José e Mary Louise.
Assassinato de José Menendez
Conhecidos nos Estados Unidos como os irmãos Menendez, a dupla sempre alegou que o assassinato foi motivado pelo medo de serem mortos pelo pai após anos de abuso sexual. Erik e Lyle assassinaram os pais com mais de 12 tiros de espingarda, enquanto eles assistiam televisão na sala, em 1989, em uma mansão em Beverly Hills, na Califórnia.
Na época, as acusações de abuso sexual foram minimizadas pela promotoria. O primeiro processo, que começou em 1993, terminou com dois júris suspensos e julgamentos anulados. Quando os irmãos foram julgados juntos em 1996, eles foram considerados culpados de assassinato em primeiro grau e condenados à prisão perpétua. Eles seguem presos até hoje.
Durante as investigações do crime, a polícia começou a suspeitar dos irmãos Menendez depois que eles gastaram US$ 700 mil (mais de R$ 3,5 milhões) em apenas sete meses, logo após o assassinato dos pais, comprando carros e roupas de luxo.
O julgamento também foi marcado por polêmicas. Fitas das sessões de terapia de Lyle Menendez confessando o assassinato foram entregues à polícia após denúncia da amante do então terapeuta de Lyle, Jerome Oziel. Mais tarde, a mulher voltou atrás e disse que Oziel é quem tinha orquestrado as confissões gravadas.
Nos últimos anos, com o aumento de podcasts e programas sobre crimes reais, o caso voltou a ser notícia. O número de páginas na internet dedicadas a defender um novo julgamento para os irmãos também aumentou.