Ex-namorada relata violência física, psicológica e traições do jogador Caio Paulista em B.O.

Tatuadora Ana Clara Monteiro relatou ter vivido um relacionamento abusivo com o jogador do Palmeiras

18 set 2024 - 12h26
(atualizado às 13h03)
Caio Paulista em apresentação no Palmeiras
Caio Paulista em apresentação no Palmeiras
Foto: Cesar Greco/Palmeiras

A tatuadora Ana Clara Monteiro, de 21 anos, registrou um boletim de ocorrência contra o jogador Caio Paulista. Ela alega ter vivido uma relação abusiva com o lateral do Palmeiras por cerca de dois anos, com ocorrências de violência física, psicológica e traições. O conteúdo do B.O. foi revelado em uma reportagem do portal UOL. Caio Paulista nega as acusações.

Ana Clara relatou às autoridades que os primeiros sinais de violência começaram em 2022, pouco tempo depois do início do namoro. Caio jogava no Fluminense e frequentava a boate onde ela trabalhava como caixa --local em que se conheceram. Em abril daquele ano, os dois passaram a viver juntos no apartamento dele.

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No depoimento, que durou mais de uma hora, a tatuadora disse que Caio começou a se mostrar um homem ciumento e a proibia de publicar fotos na internet e até de trabalhar.

Clara Monteiro acusa Caio Paulista, jogador do Palmeiras, de agressão
Foto: Jogada10

No dia 30 de setembro, ocorreram as primeiras agressões, depois que ela afirmou que iria sair de casa, após descobrir uma suposta traição por parte dele.

Segundo o boletim, a jovem contou que acordou por volta das 4h da madrugada, e percebeu que o namorado ainda não tinha voltado para casa. Ela acessou as redes sociais e se deparou com o post de uma mulher com Caio. Acreditando que se tratava de uma traição, ela arrumou seus pertences para sair do apartamento dele. Às 5h, ele voltou bêbado para casa e começou uma discussão.

Clara Monteiro acusa Caio Paulista, do Palmeiras, de agressão.
Foto: @mont_clara via Instagram / Estadão

Ela dizia que queria terminar o relacionamento e que não estava mais feliz. Nesse momento, Caio a agrediu com um chute no joelho, que a derrubou no chão. Ele passou a agredi-la com chutes na costela, coxa e pés.

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Depois da violência, o jogador sentou na cama e chorou pedindo perdão à ex-namorada. Por medo, ela se trancou no banheiro e, ao sair, ele pediu que ela o esperasse retornar do treino para que eles conversassem. Ele a deixou trancada dentro de casa por várias horas. Ao voltar, conseguiu convencê-la a ficar. Ana Clara afirma ter sido manipulada emocionalmente, já que Caio disse que nunca mais voltaria a agredi-la, e culpou o efeito do álcool.

Ex de Caio Paulista, Clara Monteiro expõe machucados pelo corpo –
Foto: Reprodução / Instagram / Jogada10

Traições

No depoimento, Ana Clara conta que Caio Paulista procurou ajuda psicológica para lidar com um "vício em traições". Ele foi atendido pela psicóloga do Fluminense. A jovem relatou que o jogador tinha casos com várias mulheres e que uma delas era casada. O marido chegou a procurar Ana Clara para contar sobre a traição.

Os relacionamentos foram motivo de diversas brigas, e ele teria continuado mesmo depois que o casal se mudou para São Paulo em 2023. A tatuadora estava grávida da filha do casal, Maria Clara.

Mais agressões

Em 22 de outubro de 2023, Ana Clara relatou ter sofrido mais agressões de Caio. O jogador saiu para visitar amigos em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, no dia 21. Por volta das 20h, Clara foi questionada pela irmã do jogador, Deborah, "se ela sabia do noivo dela". Foi quando um amigo de infância de Caio publicou uma foto no Instagram em que ele aparecia com várias mulheres. A cunhada foi até o local para tirar satisfações com o irmão.

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Clara foi sozinha para uma casa noturna para "espairecer", e deixou a filha com a babá. Depois, Caio teria se passado por Deborah em mensagens de texto para descobrir onde Clara estava. Ele pediu que ela saísse do local, afirmando que, se ele entrasse, "seria pior".

Ela saiu da casa noturna por volta das 2h40 do dia 22 de outubro, e ele a puxou pelo cabelo até o carro. Deborah e Caio estavam no veículo. Clara se segurou na porta para não entrar e levou um soco no rosto. Ela diz ter desmaiado, mas não procurou atendimento médico e nem registrou B.O., apenas tirou uma foto do rosto machucado. O relacionamento continuou depois do episódio.

Separação

O relacionamento piorou com o passar do tempo e se tornou mais violento. No dia 17 de fevereiro deste ano, ocorreu a última agressão. Clara relatou à polícia que estava com Caio Paulista em uma boate no Tatuapé, em São Paulo, quando uma mulher entrou no camarote e pegou uma bebida. A situação gerou uma discussão, e o atleta deu um "murro" na boca de Clara.

Ele se mudou para o apartamento da mãe depois do caso, que ficava no mesmo prédio, mas o relacionamento continuou. Em maio, quando a filha do casal completou 10 meses de vida, Clara terminou tudo. Desde então, o ex-casal entrou em litígio para o pagamento de pensão alimentícia.

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A defesa de Clara confirmou o depoimento da cliente e disse que o processo tramita sob segredo de Justiça, portanto não serão reveladas mais informações, além das já noticiadas

A defesa de Caio Paulista diz que está recebendo voluntariamente relatos que desmentem as versões de agressões e comprovam a inocência de Caio.

Em nota, a Sociedade Esportiva Palmeiras esclareceu que, tão logo tomou conhecimento sobre a carta aberta publicada pela mãe de um dos filhos do atleta Caio Paulista em uma rede social, o jogador foi convocado pela diretoria para uma reunião, ocorrida na noite de sábado, 14.

"Questionado a respeito do relato e das imagens divulgados, Caio Paulista negou ter cometido qualquer agressão e disse não haver processo ou investigação contra ele na esfera criminal. É de conhecimento público que o Palmeiras não tolera qualquer forma de violência e tem no respeito pela mulher um de seus valores fundamentais. Todos os colaboradores do clube devem seguir as normas de conduta estabelecidas internamente, que preveem diferentes medidas punitivas, a depender da gravidade do fato e da comprovação penal. O Palmeiras seguirá acompanhando o caso com a devida atenção", manifestou o clube.

Em caso de violência contra a mulher, denuncie

Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.

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Saiba mais sobre como denunciar aqui.

Fonte: Redação Terra
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