A atriz e ex-paquita Catia Paganote está sendo processada por uma ex-colega de "A Grande Conquista 2" (Record TV) sob acusação de racismo. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (2) pelo colunista Rógerio Gentile, do Uol.
A ação judicial foi registrada por Thay Sampaio, que alegou que a mulher, famosa por ter sido a paquita Miúxa ("Xou da Xuxa") no final dos anos 1980, fez comentários racistas no banheiro. Segundo ela, Catia lhe perguntou "se ela não tinha dificuldades para manter o cabelo limpo, uma vez que o cabelo parecia um ninho de passarinhos".
A influenciadora ainda disse que tentou explicar que era errado se referir ao cabelo de pessoas negras desta forma pejorativa, como se não fosse higiênico. Contudo, Catia teria sido agressiva em sua resposta: "Você não sabe com que está falando", teria dito a ex-paquita.
Thay registrou um boletim de ocorrência logo após o programa, na delegacia de Itapecerica da Serra, interior de São Paulo. No processo, ela pede uma indenização de R$ 100 mil por danos morais e que a artista seja obrigada a participar de um curso antirracista.
"É preciso destacar que tais agressões se deram dentro de um reality transmitido 24 horas por dia pela segunda maior emissora de TV do país", afirmaram os advogados José Luiz de Oliveira e Luciane dos Santos Silva. "Sendo assim, resta mais do que comprovado o quanto a imagem da autora do processo foi abalada com tais comentários de ódio por parte da ré [Catia Paganote]."
Pronunciamento de Cátia Paganote
A assessoria de Cátia Paganote evitou se aprofundar na denúncia ou disponibilizar sua versão sobre os fatos, alegando que ela "não daria palco a quem quer minutinhos de fama". Além disso, ressaltou que a artista "não foi citada ou intimada".
Em nota enviada ao colunista, a assessora Roberta Nuñez também lamentou a conduta da imprensa em procurá-la "sem cumprir corretamente com sua profissão", que seria "servir a causa do direito a uma informação verídica e autêntica".
Confira a nota na íntegra:
"Desconheço o assunto, minha assessorada não foi citada, intimada e se isso ocorrer nosso jurídico irá se manifestar. Não vamos dar palco a quem quer minutinhos de fama.
O que mais me surpreende é um jornalista que tem a mesma profissão que a minha não analisar todos os fatos e dar palco a informações e fatos apenas falado [sic], porque falar até papagaio fala. Um colega de profissão mandar um e-mail querendo informações sem cumprir corretamente com sua profissão, me deixa muito preocupada.
O código internacional de ética jornalística proclama que o dever supremo do jornalista é servir a causa do direito a uma informação verídica e autêntica através duma dedicação honesta à realidade objectiva e duma exposição responsável dos fatos no seu devido contexto, destacando as suas relações essenciais.
Essa é a versão da atriz, a qual por direito se algo for publicado a resposta dela, exatamente tudo que esta acima [sic]".