Um vídeo do ex-policial militar Evandro Guedes minimizando a punição por violação sexual de corpos de mulheres mortas ganhou repercussão nas redes sociais. Ele é fundador da AlfaCon, escola preparatória para concursos públicos.
No vídeo, ele dá algumas explicações e ensina o que fazer. "É crime? É. Você mexeu com a honra do cadáver", afirma o ex-policial.
Evandro Guedes ainda debochou de como seria a reação do pai da suposta vítima ao descobrir a profanação. "Mas a pena é desse 'tamanhozinho'. Vale a pena responder", completou.
Após o vídeo ganhar repercussão, Evandro fez uma transmissão no Instagram e negou que tenha defendido a violação sexual de corpos de mulheres mortas. "Eu dei um exemplo de vilipêndio de cadáver", afirmou.
De acordo com uma nota divulgada pela AlfaCon, em 2020, Evandro teria deixando a escola. No entanto, o ex-policial aparece em anúncios recentes divulgados pela escola. Em nota publicada nesta segunda-feira, 4, a escola diz que "respeita o ser humano acima de qualquer coisa, entende a indignação demonstrada nas redes sociais, pois o vídeo foi editado de forma a parecer que o professor em questão era praticante do crime".
"O vídeo na íntegra deixa claro que se trata apenas de um exemplo fictício e caricato para ilustrar uma situação do direito penal. O vídeo é antigo, uma aula ao vivo do YouTube que foi retirada do ar para que nenhuma pessoa mais faça mau uso do conteúdo e em respeito a todos que possam se sentir ofendidos com a colocação", informou a instituição.
O Terra NÓS entrou em contato com Evandro Guedes para mais esclarecimento sobre vídeo e a matéria será atualizada caso o ex-policial se manifeste sobre as acusações.
Polêmicas
Em 2020, um vídeo de Guedes defendendo violência contra civis e com declarações machistas e racistas foi divulgado nas redes sociais. No registro, ele diz que os homens que ingressarem na Polícia Rodoviária Federal (PRF) serão "aqueles caras f*da (sic), que toda mulher vai querer dar se fosse solteiro". E que eles poderão "dar carteirada em todos os put*iros".
Vilipêndio de cadáver
O artigo 212 do Código Penal Brasileiro prevê o crime de vilipêndio de cadáver, que é o ato de profanar e desrespeitar um cadáver. A pena é de um a três anos de prisão e multa.
Em caso de violência contra a mulher, denuncie
Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180).Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.
Saiba mais sobre como denunciar aqui.