Ex-repórter da Record denuncia assédio moral e sexual na Prefeitura do Rio: "Quero justiça"

Cristina Cruz afirmou que foi chamada de "louca" por um homem com quem trabalhava e disse que já fez denúncias internas

5 jun 2024 - 16h07
(atualizado às 16h23)
Resumo
Ex-repórter da Record denuncia assédio sexual e moral sofrido na Prefeitura do Rio de Janeiro. Cristina Cruz, ex-repórter da Record, disse que quer justiça.
Segundo a jornalista, ela está com depressão e os assédios contribuíram para piorar o seu quadro
Segundo a jornalista, ela está com depressão e os assédios contribuíram para piorar o seu quadro
Foto: Reprodução: Instagram/cristina_cruz_reporter

A ex-repórter da Record Cristina Cruz usou as redes sociais para denunciar o assédio sexual e moral que sofreu na Prefeitura do Rio de Janeiro, onde trabalhava. Segundo a jornalista, ela está com depressão e os assédios contribuíram para piorar o seu quadro.

"Já fui chamada de ‘louca’, porque a mulher sempre é a louca", disse nos stories do Instagram na última terça-feira, 4. "Trabalhei no Governo do Estado e nunca sofri assédio, fui para a Prefeitura em novembro do ano passado e, desde então, já sofri assédio moral e sexual."

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Como reunir provas para denunciar assédio Como reunir provas para denunciar assédio

De acordo com Cristina, o assédio sexual que sofreu foi por parte de dois homens que trabalham na prefeitura. Ela chegou a denunciar o ocorrido internamente, mas nada foi feito. "Cadê? Sentaram no processo", afirmou. Hoje, um dos homens é candidato a vereador da cidade, segundo ela.

"E não vou morrer por causa desses homens desgraçados. Não podia abrir a boca porque senão eu ia perder meu emprego, mas agora não trabalho mais na prefeitura. Agora, eu só quero Justiça! Quantas vezes ouvi essa frase em minhas matérias na TV? Infinitas. Agora, eu quero Justiça", escreveu nos stories do Instagram.

A jornalista, que relatou tem conseguir sair da cama, também disse que uma ex-chefe chegou a falar que ela estava tendo 'tiuti'. "Não se trata uma pessoa em depressão assim. Mas ela é chefe, tem poder. E eu, apenas uma ex-funcionária. Porque eu não piso mais lá nem por decreto. Depressão não é ‘tiuti’. E amanhã você vai receber o laudo que você me pediu pra provar que eu tenho tiuti, fique tranquila."

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Cristina contou que estava de cama há duas semanas por causa da depressão e, na segunda-feira, 3, conseguiu se levantar para trabalhar. "Não foi fácil, foi muito difícil. Eu chorava, tremia, tinha medo. E, na parte da tarde, tudo isso aconteceu e essa ‘chefa’ conseguiu me colocar de volta na cama. Isso se chama crueldade", continuou.

"A mulher assediada, após abrir a boca e denunciar, ao invés de ser tratada como vítima, vira um perigo! Seja assédio moral ou sexual, nunca mais consegue emprego, por mais que seja ótima profissional", finalizou ela.

Ao Terra NÓS, a Secretaria Municipal de Integridade, Transparência e Proteção de Dados, da Prefeitura do Rio, afirmou que recebeu a denúncia, direcionando-a para o órgão responsável. "A apuração interna tem caráter sigiloso e ainda está em curso", informou.

Crime

O crime de assédio sexual está previsto no artigo 216-A do Código Penal, que o define como "constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função".

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A pena pode variar entre 1 a 2 anos de prisão, podendo ser aumentada em até um terço caso a vítima seja menor de 18 anos.

Em caso de violência contra a mulher, denuncie

Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.

Saiba mais sobre como denunciar aqui

Fonte: Redação Nós
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