A 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva do ex-vereador Gabriel Monteiro, nesta segunda-feira, 7. Ele é acusado de um estupro que teria ocorrido em 15 de julho deste ano. O ex-policial militar e youtuber se entregou à polícia no final da tarde. A informação foi confirmada por um dos advogados que fazem a sua defesa, Sandro Figueredo.
Conforme uma reportagem de Anselmo Gois, do jornal O Globo, na denúncia consta que a vítima conheceu o suspeito na reinauguração da boate Vitrinni, na Barra. Pouco depois, eles saíram da casa noturna para ir à residência de um amigo do ex-parlamentar, localizada no bairro do Joá, na Zona Sul do Rio.
Ao chegar na residência, segundo o relato, Monteiro teria constrangido a vítima a fazer sexo com ele, mediante violência. Para isso, ele usou uma arma, que passava no rosto da mulher, e a empurrava na cama, segurando os braços e batendo em sua face.
Além da prisão do ex-parlamentar, a Justiça determina que sejam apreendidos os celulares e armas de fogo de propriedade dele. O processo está em segredo de justiça.
Após ser decretada a prisão, Gabriel Monteiro se apresentou na 77ª Delegacia de Polícia (DP), em Icaraí, bairro de Niterói, na região metropolitana do Rio, segundo informado pela Polícia Civil.
Monteiro gravou um vídeo em seu Instagram pouco antes de se entregar. "Fiquei sabendo pela minha advogada que foi decretada a minha prisão preventiva por um crime que eu não fui escutado (sic) na delegacia. Respeito as autoridades e por isso estou vindo aqui. Não fui conduzido pela polícia. Assim que fiquei sabendo, vim imediatamente me entregar para a Justiça porque acredito nela e sei que minha inocência vai ficar comprovada. Não só tecnicamente, mas também para todo o Brasil, de forma que fique incontestável qualquer acusação contra mim", diz o ex-parlamentar.
O advogado dele também confirmou que a bancada de defesa já está adotando as medidas cabíveis.
Outras acusações
Entre as denúncias contra Gabriel Monteiro, estão a de supostos casos de assédio moral e sexual, além de estupro. Ex-assessores também expuseram que ele teria praticado sexo com adolescentes, na frente de outras pessoas, e ainda teria filmado os atos.
Em agosto, uma das quatro vítimas que o acusam contou em depoimento à polícia que o parlamentar apontou uma arma para a sua cabeça, depois que ela pediu para ele parar o ato sexual. Os trechos do depoimento foram divulgados pelo Fantástico, da TV Globo.
O episódio ocorreu no dia 14 de maio de 2017, logo após sair de uma casa noturna no Rio com o ex-vereador. Os dois entraram no carro dele, onde começaram o ato sexual. Monteiro teria ficado agressivo e começado a dar tapas no rosto e socos nas costelas da vítima. Nesse momento, ao pedir para parar, ele teria sacado a arma e apontado para a cabeça dela.
Ele teria ainda filmado o ato e enviado o vídeo aos seus contatos por WhatsApp. Ela conta que procurou o hospital no dia seguinte à agressão. No prontuário da paciente está escrito "hipótese diagnóstica: violência sexual". "Ele falava diretamente que ele não gostava de maiores de 18 anos", disse uma testemunha.
Luisa Batista, uma das ex-assessoras que relatou assédio sexual e moral do vereador contou em depoimento que ele tinha plena consciência de que jovens com quem se relacionava eram menores de idade.
Mandato Cassado
Em 18 de agosto deste ano, a Câmara do Rio de Janeiro cassou o mandato de Monteiro, que estava no centro de um processo motivado pela acusação de quebrar, de várias formas, o decoro parlamentar. Na ocasião, o parlamentar atribui essas alegações a adversários, supostamente para "destruí-lo". O vereador também afirma ter contrariado interesses de uma suposta "máfia do reboque".
*Com informações de O Globo e o Estado de S. Paulo