Para as partidas das oitavas de final da Conmebol Libertadores, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol e a Amstel, cerveja oficial da competição, lançam o movimento Faça Barulho Contra o Racismo, para que ninguém se cale diante de atos racistas. Além das assistências jurídica e psicológica às vítimas, conduzidas pelo Observatório, a campanha convoca torcedores, formadores de opinião, jogadores, ex-atletas e influenciadores digitais a se manifestarem contra o racismo nos estádios. As divulgações ocorrem durante os confrontos que envolvem os times brasileiros.
A ação é resposta aos recentes casos de racismo nas competições sul-americanas. Levantamento realizado pelo Observatório Racial do Futebol, ainda no mês de maio, mostra que o futebol sul-americano registrou recorde de casos de injúria racial em 2022. De lá para cá, outros casos foram registrados pela competição, como nos jogos entre Palmeiras e Cerro Porteño, no dia 29 de junho, e Corinthians e Boca Juniors, no dia 28 de junho.
O diretor do Observatório, Marcelo Carvalho, comenta que o movimento pretende ir além das denúncias. "A parceria com a Amstel vai servir para que possamos dialogar, prestar assessoria jurídica e psicológica às vítimas. Queremos não só denunciar os casos mas, principalmente, criar uma rede de apoio e acolhimento às vítimas", ele explica. O portal Barulho Contra o Racismo e o Manual Antirracismo no Esporte já estão no ar. Para solicitar as assistências, basta acessar a página, clicar em "Quero aconselhamento legal e psicológico", preencher o formulário e aguardar contato de um profissional vinculado ao Observatório. Além do Observatório, a consultoria jurídica e psicológica às vítimas de racismo - quer ele tenha ocorrido on-line ou em um jogo amador ou profissional - será conduzida pelo projeto Primeira Pele, que visa dar protagonismo a luta racial dos personagens negros.
A diretora de marketing das marcas mainstream do Grupo HEINEKEN no Brasil, Vanessa Brandão, comenta que há anos a Amstel busca promover discussões relevantes que possam contribuir para a sociedade por meio de suas iniciativas. "Nos unimos ao Observatório da Discriminação Racial no Futebol com o intuito de criar cada vez mais diálogo sobre esse tema e apoiar esta organização que compartilha de nossos valores e trabalha na construção de um futebol mais inclusivo e respeitoso", completa.
Para ampliar a divulgação da campanha, a Amstel aproveita os painéis de publicidade nos campos e anúncios geolocalizados para comunicar a cerca de 300 mil torcedores. A ação teve início no dia 28 de junho, durante as partidas de Corinthians, Athletico Paranaense e Fortaleza, Palmeiras, Atlético Mineiro e Flamengo. Além disso, houve uma inserção dentro da transmissão do SBT. Nas redes sociais, a marca e o Observatório publicaram conteúdos convocando todo ecossistema da modalidade na luta contra o racismo.
Para mais informações, acesse o site do movimento.
Na pandemia, racismo no futebol migrou para a internet