BRASÍLIA - A nova rodada de medidas trabalhistas que será anunciada nesta quarta-feira, 04, pelo governo federal deve prever a possibilidade de mulheres sacarem o Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS) para o pagamento de cursos de qualificação, apurou o Estadão/Broadcast.
A liberação gradativa de recursos do FGTS para aquecer a economia em um cenário de juros altos tem sido uma tônica da gestão Bolsonaro, amarrada pelo baixo espaço de manobra com recursos do Orçamento.
A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas intenções de voto para este ano se deve principalmente à fatia do eleitorado feminino. Segundo levantamento da Quaest, Lula tem 47% da preferência entre as mulheres, e Bolsonaro, 25%. A vantagem cai consideravelmente entre os eleitores masculinos: 43% preferem o ex-presidente, enquanto Bolsonaro aparece com 38%.
Outras medidas do pacote
Também deve ser formalizada hoje a possibilidade de formalização de trabalhos temporários no campo, para tentar combater o chamado "gato rural" e as situações de trabalho escravo, como antecipado pela reportagem na semana passada. O governo defende que não haverá precarização ou desincentivo a contratações permanentes nas grandes propriedades.
Ainda deve ser anunciada uma flexibilização para as empresas cumprirem as cotas de jovens aprendizes. Entre as mudanças deve estar a contagem em dobro dos jovens considerados vulneráveis. Ou seja, cada jovem em situação de miséria contratado pelo programa contaria como dois aprendizes para se atingir a cota (de 5% a 15% do quadro de funcionários).
Os anúncios serão feitos às 17 horas no Palácio do Planalto em cerimônia batizada de "Novas Entregas do Programa Renda e Oportunidade", que marca a Semana do Trabalhador.