Francesa drogada pelo marido para que homens a estuprassem se divorcia após 50 anos de casamento

Gisèle Pélicot foi abusada por homens recrutados por seu marido mais de 10 anos

9 set 2024 - 11h55
Após 50 anos de casamento, francesa Gisèle Pélicot se divorcia de Dominique Pélicot, que recrutava homens para estuprá-la enquanto estava desacordada
Após 50 anos de casamento, francesa Gisèle Pélicot se divorcia de Dominique Pélicot, que recrutava homens para estuprá-la enquanto estava desacordada
Foto: REUTERS/Manon Cruz

A francesa Gisèle Pélicot finalizou o processo de divórcio de Dominique Pélicot, que enfrenta acusações por tê-la drogado e recrutado homens desconhecidos para estuprá-la durante um período de 10 anos. Dominique está sendo julgado junto com outros 50 acusados desde a semana passada.

De acordo com as informações do jornal O Globo, a separação foi oficializada no dia 22 de agosto. A família foi informada sobre a conclusão do divórcio no primeiro dia do julgamento, 2 de setembro, mas a informação só veio a público nesta segunda-feira, 9. Juntos há 50 anos, eles se casaram no ano de 1973.

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O caso

Segundo com a acusação, mais de 70 homens abusaram de Gisèle entre 2011 e 2020. O caso ganhou repercussão após Dominique ser pego gravando por baixo das saias das mulheres em um supermercado, o que levou à descoberta de outras evidências criminais, incluindo os abusos que cometeu contra a agora ex-esposa.

Os homens envolvidos, com idades entre 26 e 74 anos, recebiam orientações de Dominique para evitar perfumes ou cigarro e aquecer as mãos com água quente antes de agir. Ele também os instruía a tirar as roupas na cozinha, para reduzir o risco de deixarem algo no quarto.

De acordo com a imprensa francesa, Dominique adquiriu 450 pílulas para dormir ao longo de um ano. Apesar dele afirmar que os homens estavam cientes de que sua esposa havia sido dopada e não havia consentido com os atos, os acusados alegaram pensar que estavam apenas participando das fantasias do casal.

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"Assisti a todos os vídeos. Não são cenas de sexo, são cenas de estupro. Dois, três deles sobre mim. Fui sacrificada no altar do vício. Quando vemos essa mulher, drogada, maltratada, morta na cama... Claro que o corpo não está frio, está quente, mas eu estou como se estivesse morta. Esses homens estão me contaminando, aproveitando-se de mim”, declarou Gisèle.

Apesar de ter direito ao anonimato, Gisèle optou por um julgamento aberto para garantir que os abusos  que sofreu não se repitam com ninguém. Ela também acredita que um julgamento fechado seria exatamente o que seus agressores desejavam.

Fonte: Redação Nós
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