Funai investiga relato de estupro de menor Yanomami por garimpeiros

Fundação disse que está trabalhando com as autoridades para proteger o povo Yanomami no norte do Brasil

27 abr 2022 - 15h28
(atualizado às 16h07)
"A Funai mente. Eles não fazem nada para nos proteger", disse um líder local
"A Funai mente. Eles não fazem nada para nos proteger", disse um líder local
Foto: Reuters

A Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciou nesta quarta-feira que está investigando a informação de que uma adolescente Yanomami foi morta depois de ter sido sequestrada e estuprada por garimpeiros que estavam ilegalmente em sua reserva. 

"A Funai está monitorando o caso", afirmou a agência por e-mail, acrescentando que está trabalhando com as autoridades para proteger o povo Yanomami no norte do Brasil. 

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A Polícia Federal no Estado de Roraima disse que ouviu falar do caso pela imprensa. 

O jornal O Globo relatou que uma menor de 12 anos morreu após ser estuprada por garimpeiros que invadiram uma aldeia Yanomami no rio Uraricoera, na região de Waikas. O jornal citou o Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Yanomami, que disse ter informado a Polícia Federal e o Exército na noite de segunda-feira. 

A Reuters não conseguiu confirmar de maneira independente a informação. 

O povo Yanomami vive próximo à fronteira com a Venezuela na maior reserva indígena do Brasil, que foi invadida por milhares de garimpeiros ilegais em busca de ouro, provocando a poluição dos rios, episódios de tiroteios, além de outros abusos. 

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O líder da etnia Dario Kopenawa disse que a Associação Hutukara Yanomami ainda está investigando o que aconteceu, e acusou a agência governamental de não proteger seu povo. 

"A Funai mente. Eles não fazem nada para nos proteger. Eles estão apoiando a atividade de mineração ilegal aqui", disse Kopenawa à Reuters. 

O boom do garimpo trouxe doenças, violência e graves violações de direitos humanos ao povo Yanomami, de acordo com um estudo recente que culpa os altos preços de ouro e o apoio tácito do governo. 

A corrida pelo ouro em terras protegidas dos Yanomami aumentou no governo do presidente Jair Bolsonaro, que apoia projetos de lei para permitir a agricultura comercial, a mineração e a exploração de petróleo em terras indígenas. 

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