Garimpeiros que exploram as terras Ianomâmis, em Roraima, estariam aliciando mulheres e adolescentes com comida em troca de sexo, segundo um relatório obtido e divulgado pelo Jornal O Globo.
A maior terra indígena do País é alvo de cerca de 20 mil garimpeiros. O avanço do garimpo ilegal levou a área, além dos problemas já conhecidos como contaminação dos rios, devastação da floresta, malária e violência na disputa pelas áreas, a violência sexual de mulheres indígenas.
O relatório elaborado pela Hutukara Associação Yanomami revela a morte de ao menos três menores abusadas por garimpeiros. De acordo com O Globo, o esquema envolve aliciamento, violência e abuso sexual contra mulheres e crianças. Os garimpeiros, em alguns casos, embriagam as jovens e as estupram até a morte.
A situação do povo Ianomâmi se torna mais difícil com o avanço do garimpo. Com a oferta de caça cada vez menor e saúde dos indígenas também debilitada pelas doenças trazidas pelos invasores, as jovens indígenas se veem obrigadas a trabalhar para os garimpeiros. Se aproveitando da fome das mulheres Ianomâmis, os invasores propõem a troca de comida por sexo, escolhendo mulheres e jovens para passarem as noites com eles.
Ainda de acordo com reportagem do Jornal O Globo, o Ministério Público Federal de Roraima e a Polícia Federal já receberam denúncia de casos parecidos em outras regiões, no entanto, os casos não foram investigados.