Por muito tempo, com base em diversos aspectos, a humanidade foi dividida entre homens e mulheres. Apenas o sexo biológico — definido no nascimento, ou seja, homem ou mulher — era levado em consideração. Com o avanço das pautas LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, Queer, Intersexos, Assexuais e outras orientações), as questões envolvendo a sexualidade têm ganhado força e expressão nas discussões da sociedade, mas ainda existem muitas dúvidas não só a respeito das nomenclaturas, mas também em relação aos conceitos de gênero.
Os papéis de gênero ou papéis sexuais agregam comportamentos, funções e ocupações que a sociedade espera de homens e mulheres. "Isso inclui expressões, ações, formas de falar e gesticular reconhecidas como sendo ‘de homem’ e ‘de mulher’", explica o psicólogo clínico e educador sexual Breno Rosostolato.
Já a identidade de gênero é autodeterminada. "Ou seja, é como a pessoa se sente e se reconhece no mundo através da autonomia e legitimação de sua identidade a partir de suas próprias referências, independentemente do gênero designado ao nascimento", informa o psiquiatra Eduardo Perin, do InPaSex (Instituto Paulista de Sexualidade).
E, por fim, a expressão de gênero é como o indivíduo escolhe se manifestar em público, através de roupas, corte de cabelo, uso ou não de maquiagem e comportamento. A expressão não precisa ser, necessariamente, do mesmo gênero da identidade.
É importante entender essas diferenças, não só para reconhecer a pluralidade do ser humano, mas também para respeitar as outras pessoas por conta daquilo que elas próprias desejam e não por aquilo que é imposto que elas sejam ou se tornem. Um exemplo é a Linn da Quebrada, no BBB 22, que quer ser vista e aceita como mulher.