O médico ginecologista e obstetra Felipe Sá Ferreira, de 39 anos, foi preso temporariamente nesta quinta-feira, 15, suspeito de abusar sexualmente de pacientes em Maringá, região noroeste do Paraná. De acordo com a Polícia Civil, ele hipnotizou uma das vítimas durante uma consulta e pediu para que ela se masturbasse em sua frente.
Segundo informações obtidas pela reportagem, oito vítimas já prestaram depoimento até essa sexta-feira, 16. Além disso, outras cinco mulheres se manifestaram e farão suas denúncias nos próximos dias.
As vítimas têm entre 25 e 40 anos de idade e passaram pelas situações de abuso na clínica particular do médico. Segundo a polícia, essas são as primeiras denúncias registradas contra Felipe. Ele se graduou em Medicina em 2009.
O delegado Dimitri Tostes Monteiro, responsável pelo caso, explicou ao Terra que as denúncias envolvem pedidos de Felipe para que as mulheres tocassem em suas partes íntimas, estímulos feitos no clitóris de pacientes durante consultas e, até mesmo, solicitações de envios de fotos nuas pelo celular.
“Ele dizia que teria finalidade médica. Mas ele queria ter prazer sexual”, afirma o delegado.
A reportagem tentou contato com a defesa do ginecologista por meio dos contatos disponibilizados em seus canais digitais, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto.
‘Famoso na região’
Felipe Sá reúne mais de 32 mil seguidores no Instagram e já tentou se eleger deputado federal pelo partido Novo nas últimas eleições. Ele segue filiado ao partido e, além de seu perfil como médico, em março criou outra página direcionada assuntos políticos.
O delegado confirmou que o médico é “bem famoso na região” e que tem “um currículo bem gabaritado, com mestrado e tudo”. Na internet, sustentava discursos de empoderamento e liberdade feminina, narrativa que gerava identificação e aproximava as vítimas, avalia Monteiro.
Prisão temporária
A Polícia Civil prendeu temporariamente o ginecologista por conta da denúncia de estupro de vulnerável, ocorrido no caso da vítima que alegou ser hipnotizada para fins de abuso sexual. Ele também está sendo investigado por violação sexual mediante fraude e importunação sexual.
Além dos depoimentos das pacientes, agentes realizaram mandados de busca e apreensão na casa e no consultório do suspeito. Foram apreendidos celulares e computadores que serão encaminhados para perícia.
Ele está detido na Cadeia Pública de Maringá, onde permanecerá por no mínimo 30 dias. As investigações seguem sendo realizadas e, conforme o andamento das diligências, a prisão de Felipe Sá pode ser convertida em preventiva.
Denúncias
Em nota, a Polícia Civil do Paraná pede para que a população colabore com informações que auxiliem em investigações contra crimes de violência sexual. As denúncias podem ser feitas de forma anônima, pelos números 197, direto da polícia, ou 181, do Disque-Denúncia.