O ginecologista Fábio Guilherme da Silveira Campos preso em Goiânia, na quinta-feira, 20, enganava as pacientes para abusá-las, segundo a delegada Amanda Menuci, responsável pelo caso. Até o momento, já são cinco denúncias formalizadas contra o médico de 73 anos, e este número pode subir. Depois da veiculação da notícia de que ele foi preso, o telefone da delegacia não parou de tocar com mais mulheres dando relatos, disse Amanda ao Terra.
"Ele fazia elas acreditarem que o exame era assim mesmo, que elas tinham que ficar relaxadas, inclusive que elas tinham que ter prazer, de ficar excitadas, para a realização dos exames", afirmou a delegada. Nesse contexto, Campos tocava nas partes íntimas das vítimas e fazia massagens. Em alguns casos, o médico chegava a sugerir que as mulheres tocassem nele.
O ginecologista já havia virado notícia há cerca de um mês quando o marido de uma paciente foi preso depois de agredi-lo com um soco e o acusar de ter abusado da esposa. Um vídeo da agressão viralizou e, mesmo sem que a identidade de Campos tivesse sido divulgada, outras vítimas conseguiram identificar a clínica onde ele atendia e procuraram a Polícia Civil para denunciá-lo.
"A primeira vítima que chegou até a Polícia Civil, ela é a esposa do homem que agrediu o médico. Depois, começaram a surgir outras vítimas", disse Amanda.
A prática dos abusos, porém, não seria recente. A delegada afirma que há denúncias de casos que aconteceram na década de 90 e que já prescreveram. "O crime que está sendo imputado a ele, de violação sexual mediante fraude, prescreve em 12 anos. Se a vítima for menor de idade, só passa a contar esse período a partir de quando ela faz 18 anos", explica a delegada.
Essas mulheres que teriam sido abusadas há quase 20 anos tinham por volta dos 16 anos de idade. Já os casos mais recentes estão relacionados a mulheres na faixa dos 20 e poucos anos.
Fábio Guilherme Campos está preso preventivamente na Casa de Prisão Provisória. A delegada esclarece que a Polícia Civil continua ouvindo testemunhas e, em breve, o caso deve seguir para a Justiça.
O Terra buscou contato com o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) para entender se o médico já havia sido investigado depois da agressão do marido de umas das vítimas, mas não obteve retorno até o momento.