A heteroflexibilidade descreve pessoas heterossexuais que têm experiências ou curiosidades sexuais com pessoas do mesmo sexo, sem se considerarem bissexuais. No entanto, há debates sobre como essa forma de atração pode contribuir para o apagamento da bissexualidade.
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A heteroflexibilidade refere-se a pessoas que se identificam predominantemente como heterossexuais, mas que podem ter experiências ou curiosidades sexuais com pessoas do mesmo sexo, sem se considerarem bissexuais.
O termo surgiu nos anos 2000, mas esse tipo de atração não é algo novo, segundo o site Healthline. A heteroflexibilidade pode envolver tanto a atração romântica (em relação às pessoas com quem você deseja namorar) quanto a sexual (em relação às pessoas com quem você deseja ter relações sexuais), ou ambas.
Por exemplo, uma mulher que tem namorados e se sente atraída por homens, mas que, em uma festa, acaba se envolvendo em um beijo ou uma interação íntima com outra mulher, pode ser considerada heteroflexível. Essa experiência não altera sua identidade principal, mas demonstra uma abertura para explorar a atração por pessoas do mesmo sexo.
A heteroflexibilidade pode ser vista como uma forma de abertura para explorar a sexualidade, sem necessariamente se identificar completamente como bissexual.
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Bissexualidade não é confusão: entenda o termo
Apagamento bissexual
No entanto, há debates sobre como a heteroflexibilidade pode contribuir para o apagamento da bissexualidade. A heteroflexibilidade pode ser vista como uma forma de "bissexualidade leve", onde a atração por pessoas do mesmo gênero é deslegitimada. Isso pode fazer com que a bissexualidade seja percebida como algo menos válido ou sério.
Pessoas heteroflexíveis podem ser vistas como "apenas experimentando", o que perpetua estereótipos negativos sobre a bissexualidade, como a ideia de que bissexuais são "indecisos" ou "confusos".
Em um artigo de 2017 do site Affinity Magazine, o escritor Charlie Williams afirma que o termo é "apenas uma palavra chique para o apagamento bi". Ele argumenta que a utilização desse rótulo pode deslegitimar a experiência bissexual.
"'Algumas pessoas simplesmente não estão prontas para se assumirem bissexuais', eles exclamam. Essa observação em si já emite uma vibração inquietante sobre ser bi, como se fosse muito grande e complexo para a pessoa comum compreender", escreveu ele na época.
Para Charlie Williams, rotular experiências não-bissexuais como heteroflexíveis perpetua a ideia de que a bissexualidade é algo ruim. "Embora certas pessoas possam argumentar que a heteroflexibilidade é de fato uma coisa totalmente diferente, o dicionário Merriam-Webster pode dizer que a atração por dois gêneros é bissexualidade", afirmou.
