Adriano Cassio Bordin foi condenado por racismo religioso após xingar membros de um centro de Candomblé no bairro Balneário Anchieta em Itanhaém, no litoral de São Paulo. O homem de 43 anos invadiu o local de culto religioso e começou a fazer ofensas à religião de matriz africana: "Religião do demônio. Eu sou da congregação e vocês são o Satanás, vou acabar com todos vocês aí", relembrou uma das vítimas ao g1 sobre as frases ofensivas faladas pelo homem.
O crime religioso aconteceu no fim de setembro 2019 no centro Axé Egbe Oia Bale. O centro de Candomblé é geminado à casa da ex-esposa de Adriano, que estava na casa para visitar a filha.
A defesa do agressor recorreu da decisão, porém a 12ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a sentença. O juiz Bruno Nascimento Troccoli, da 2ª Vara de Mongaguá, condenou Adriano por discriminação e preconceito de religião.
O homem foi condenado a 1 ano e quase 4 meses de prisão em regime semiaberto na cidade de Mongaguá, também no litoral paulista. Além da pena, Adriano também terá que pagar cerca de R$ 1.500 para uma das vítimas que estava no centro de Candomblé e foi agredida fisicamente por ele.
Segundo informações dessa vítima, o homem a segurou forte pelo braço durante uma discussão para retirá-lo do centro após as ofensas. Depois de ter sido retirado de dentro do centro de Candomblé, ele persistiu nas ofensas e a Polícia Militar compareceu no local e levou o homem para a delegacia.
De acordo com o g1, Adriano negou todas as acusações de agressões físicas e verbais e afirma que ele que foi vítima de agressão. Segundo o condenado, ele cuidava de uma cachorra em frente à casa da ex- esposa quando foi agredido com socos e pontapés por pessoas do centro de Candomblé. Além disso, disse que "aproximadamente 15 pessoas vestidas de branco" disseram “lá vem esse crente” pouco antes dele ser agredido pelas pessoas Candomblecistas.
O Tribunal de Justiça de São Paulo divulgou a sentença sobre o caso no dia 9 de dezembro. O TJ-SP publicou a conclusão do relator Sérgio Mazina Martins sobre o crime: "Inadmissível que ainda persistam ofensas verbais, seja pela cor da pele, seja pela religião de matriz africana, aos frequentadores de determinada religião, que tanto contribuíram para a construção de muito o que há de mais digno e honroso que se realizou na trajetória cultural de nosso país", concluiu.
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