A Justiça do Piauí condenou Thiago Mayson da Silva Barbosa a 18 anos e seis meses de prisão pelo estupro e morte da estudante de jornalismo Janaína da Silva Bezerra, de 22. O crime ocorreu em janeiro deste ano, dentro do campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina. A assistente de acusação recorreu ao resultado do Júri, e tenta conseguir uma pena maior pelo crime.
De acordo com a TV Clube, afiliada da Rede Globo, o júri popular do mestrando de matemática ocorreu durante toda a sexta-feira, 29, e se estendeu pela madrugada de sábado, 30, chegando a mais de 20 horas de duração. A sessão ocorreu entre portas fechadas, pois foram exibidos aos jurados vídeos feitos de Janaína já morta por Thiago.
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O réu foi condenado por homicídio culposo [quando não há intenção de matar], estupro de vulnerável, vilipêndio de cadáver [desrespeito com o cadáver] e fraude processual, por tentar interferir nas provas.
As qualificadoras de meio cruel, pois a jovem teve o pescoço quebrado, e feminicídio não foram considerados pelo Júri. Por isso, a acusação apresentou recurso para anular o júri e aumentar a pena de Thiago, que poderia chegar a 70 anos, caso todas as qualificadoras fossem levadas em consideração.
"Nós não ficamos satisfeitos, e por essa razão, antes mesmo de sairmos do Fórum, nós já interpusemos junto ao magistrado um recurso de apelação para futuramente ser provido pelo tribunal de justiça. Um dos argumentos é em relação ao inconformismo com essa pena que foi aplicada", afirmou a advogada assistente de acusação, Florence Rosa.
Ela aponta que Thiago teve um comportamento ‘frio’ quando foi ouvido no Tribunal. "O comportamento dele ali foi como nos atos anteriores, de alguém frio, calculista, sádico e capaz de causar todo o mal que ele causou, não só a Janaína, mas a família também".
O Terra não conseguiu localizar a defesa do réu. O espaço permanece aberto para manifestações.
Relembre o caso
Janaína morreu após uma festa de calouros na Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, no dia 28 de janeiro. A estudante de Jornalismo sofreu violência sexual e teve o pescoço quebrado. Segundo o Instituto de Medicina Legal (IML), a causa da morte aponta para trauma raquimedular por ação contundente, ou seja, houve uma contusão na coluna vertebral a nível cervical, o que causou lesão da medula espinhal e a morte.
De acordo com o legista, a ação contundente pode ter sido causada por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso.
Thiago foi visto por um segurança saindo da sala com a jovem no colo. O homem o parou, perguntou o que estava acontecendo e encaminhou os dois até um hospital da região. A Polícia Civil afirmou que Janaína já estava morta há horas quando deu entrada na unidade.
Em depoimento, o acusado algou que fazia sexo consensual com a vítima, quando ela teria passado mal e ficado desacordada, fato contextado pelo laudo do IML.
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