Uma idosa de 90 anos foi resgatada após ser mantida em cárcere privado pela própria filha, segundo informou a Polícia Civil de Goiás ao Terra. Aos policiais, a vítima afirmou que era alimentada à base de marmitas, levadas por uma vizinha.
O mandado de busca e apreensão no condomínio em que a idosa morava foi cumprido pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Valparaíso em 13 de julho. O objetivo era averiguar uma denúncia recebida pelo Disque 100, na qual foi relatado que ela estava sendo mantida em situação de cárcere privado pela própria filha.
O caso também havia chegado ao conhecimento da polícia por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). Durante a visita, a assistente social havia sido recebida pela própria vítima através da janela do apartamento. A idosa estava trancada sozinha porque, segundo a polícia, a filha saía carregando a chave consigo.
De acordo com a Polícia Civil, quando foi perguntada sobre o tratamento dado pela filha, a idosa afirmou que "só sabia gritar e brigar com ela", e que a alimentação era à base de marmitas, levadas por uma vizinha. Os moradores locais confirmaram informalmente os indícios de crime.
Casa com baratas e sem comida
Durante o cumprimento da busca, a equipe policial ainda percebeu uma válvula do fogão aberta, que exalava um forte cheiro de gás no imóvel. A saída de gás foi desligada pela própria equipe, diante do risco de incêndio.
Na residência, a polícia afirma que foi constatada grande quantidade de baratas e ausência de alimentos armazenados no armário e na geladeira. A suspeita não estava no imóvel e, segundo a idosa, só aparecia no apartamento algumas vezes.
De acordo com relato da vítima, a filha "trabalha muito e é muito ocupada e, por esse motivo, não pode cuidar da mãe". "Não foi possível a lavratura de procedimento coercitivo devido à ausência da suspeita no momento do cumprimento do mandado. A vítima está sendo acompanhada pelo CREAS", informou a Polícia Civil.
O nome da filha da idosa não foi divulgado, então o Terra não conseguiu localizar sua defesa até a última atualização desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.