Washington de Oliveira Vieira, aluno de Filosofia da PUC-Campinas, foi filmado dizendo falas racistas sobre a população indígena durante uma sessão do Grupo de Estudos de Filosofia Indígena na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) no sábado (19). Durante o debate, Washington justificou sua fala argumentando que estava defendendo o seu ponto de vista.
"Eu acho que índio, mas isso no meu ponto de vista, tem que tirar aquela tanga dele e estudar a nossa língua em vez de ficar falando essa língua que ninguém entende. A maioria das pessoas não estão interessadas em aprender tupi-guarani nem língua nenhuma deles", disse o aluno. Após a declaração, uma participante o rebateu, afirmando que a fala foi violenta.
Nesta segunda-feira (21) o coletivo Acadêmicos Indígenas Unicamp se pronunciou contra o caso de racismo cometido pelo aluno de filosofia da PUC-Campinas. Em publicação, a organização afirmou que, além das falas expostas no vídeo, o estudante fez outras ofensas aos povos indígenas.
"Além das falas projetarem um estereótipo racista sobre os povos indígenas, afirmando que os 'índios são vagabundos', 'atrasados' e 'drogados', o agressor também defendeu que os povos indígenas deveriam 'se integrar à sociedade', pois 'isso [povos indígenas] não vai continuar existindo'", comunicou o coletivo.
À EPTV, afiliada da TV Globo na região, o coletivo indígena da Unicamp afirmou que vai registrar boletim de ocorrência contra o estudante de Filosofia.
Já a PUC-Campinas repudiou a fala do aluno na publicação do coletivo. "A Universidade condena com veemência a manifestação do estudante e reforça que a postura do aluno confronta a missão e os valores da instituição."
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Entenda por que é um problema chamar mitos indígenas de "folclore"
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