Com pouco mais de 50 mil seguidores, Mycaela Parreiras vive, principalmente, de sua renda como influenciadora digital. Por isso, quando no último sábado, 24, foi abraçada e beijada por um estranho na rua, Mycaela decidiu que precisava expor a situação e denunciar. O caso aconteceu enquanto ela gravava um comercial na rua, na cidade de Quirinópolis, no interior de Goiás.
“Eu vi que ele passou na minha frente, tentando chamar minha atenção, e eu não dei moral. Eu já estava iniciando a gravação, ia iniciar a introdução de um vídeo, ele vem e me pega por trás, me abraça e beija o meu pescoço. E aí, ele me larga e sai rindo da minha cara e falando coisas. Eu dei uma paralisada, assim, eu falei, ‘não, não é possível o que está acontecendo comigo’”, relembra.
O momento ficou registrado, pois a gravação já havia começado. Mycaela também quis gravar todo o desenrolar da história. Ela conta que tentou continuar o trabalho, mas o homem permaneceu rondando e dando risada.
“Ele debochando depois do que ele fez, não. Aí, eu fui lá e virei pra ele e falei: ‘Some da minha frente agora’. Eu alterada, obviamente. ‘Some da minha frente agora. Some daqui.’ E todo mundo assistindo tudo”, conta.
Mycaela diz que o homem só quis deixar o local depois que ela ligou para a polícia. Mas aí foi ela quem o segurou para não ir embora. A influenciadora diz que eles foram até a delegacia, mas o homem foi liberado.
Ataques após repercussão
A história ganhou repercussão na internet, maior do que Mycaela imaginava. Ela diz que, em sua cidade, as pessoas que a conhecem e sabem com detalhes da situação a opoiam. “No caso completo, eu estou recebendo um apoio maior. Mas não deixa de ter várias pessoas também fazendo ataque”, diz.
Mycaela diz que começou a receber mensagens de que estaria divulgando a situação para ganhar mais visibilidade ou de que se fosse um jogador famoso a abraçando a reação seria diferente. “Seria errado do mesmo jeito. Eu sei o meu direito, eu sei que o meu corpo não é público e eu não vou ficar calada, independente de quem seja que fez”, afirma.
Ela questiona o que seria preciso ter acontecido na situação de sábado para que sua denúncia fosse vista como necessária. "O problema é que só querem que isso repercuta quando uma mulher morre, quando uma mulher é realmente estuprada ou quando uma mulher é massacrada pelo cara, tem o corpo todo quebrado, é espancada. Só assim", considera Mycaela.
A situação está sendo investigada pela Polícia Civil de Goiás. O Terra tentou contato com a delegada Simone Casemiro, da Delegacia de Quirinópolis, em busca de mais detalhes sobre a situação, mas não obteve retorno.