Influenciadora Karen Bachini revela ser intersexo; entenda o que significa

Segundo pesquisa da ONU, até 1,7% da população mundial pode ter tal característica; no Brasil significaria mais de 3,5 milhões de pessoas

22 mar 2023 - 09h18
(atualizado às 10h07)
Influenciadora revelou ser uma pessoa intersexo; pesquisa da ONU estimou em até 1,7% da população com tal característica
Influenciadora revelou ser uma pessoa intersexo; pesquisa da ONU estimou em até 1,7% da população com tal característica
Foto: Reprodução/Youtube / Perfil Brasil

A influenciadora e youtuber Karen Bachini publicou um vídeo em seu canal no YouTube afirmando ser uma pessoa intersexo. A publicação sobre sua condição foi feita na noite desta terça-feira (21).

Ela contou no vídeo que realizou exames e se entendeu como pessoa pseudo-hermafrodita feminina. A influenciadora contou que possui os genitais e órgãos internos referentes ao sexo feminino, porém não produz hormônios. Ou seja, a influenciadora é uma pessoa intersexo.

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A influenciadora disse que, quando tinha 18 anos, procurou por médicos porque possuía os ovários muito pequenos e não tinha glândula mamária. Karen falou que recebeu o diagnóstico de menopausa precoce. "Naquela época foi me dito que eu tinha menstruado em alguma parte da minha vida e entrei na menopausa. Mas eu sempre achei isso muito estranho porque, se eu tivesse menstruado, eu saberia", relatou.

INTERSEXO: O QUE SIGNIFICA

O termo intersexo é utilizado para descrever algumas variações biológicas naturais do corpo. Em algumas pessoas, as características intersexo são perceptíveis logo no nascimento; em outras, são aparentes até na puberdade. É a letra "I" da sigla LGBTQIAPN+. A letra também se refere ao corpo biológico. As demais letras fazem referência à orientação sexual (como gays, lésbicas e bissexuais) ou identidade de gênero (como cisgêneros e transgêneros).

Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que  entre 0,05% a 1,7% da população mundial nasce com características intersexo. Isto pode significar mais de 3,5 milhões de pessoas apenas no Brasil (de uma população aproximada de 207 milhões).

Essas pessoas podem ter alterações hormonais, genitais ambíguos e outras diferenças anatômicas, ou mesmo nascer com códigos genéticos diferentes do padrão: o corpo pode ser fisicamente feminino, mas o seu código genético ser XY (X é cromossomo feminino e Y é o masculino). Tal fator pode afetar o desenvolvimento e a produção de hormônios.

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Até alguns anos atrás, pessoas intersexo eram chamadas de hermafroditas, porém o termo caiu em desuso, por ser pejorativo. E também porque é associado apenas aos genitais ambíguos ou pessoas que nasciam com os dois genitais, masculino e feminino, sem considerar a questão da produção de hormônios e características internas dos órgãos do aparelho reprodutor.

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