Ingressos gratuitos em festas e festivais: o que é a lista trans?

A lista é usada para distribuir ingressos gratuitamente para pessoas trans, travestis e não-binárias

31 jul 2024 - 05h00
O processo para criar as listas começa quando produtores e ativistas sociais contatam os organizadores do evento
O processo para criar as listas começa quando produtores e ativistas sociais contatam os organizadores do evento
Foto: Imagem de freepik

A “lista trans” tem se tornado uma prática comum em festas e festivais desde 2015, com o objetivo de garantir o acesso de pessoas trans, travestis e não-binárias aos eventos culturais. Essa iniciativa destina uma porcentagem dos ingressos gratuitamente para esses grupos como uma forma de assegurar que possam participar mais amplamente dos eventos.

A proposta visa não só superar barreiras econômicas, mas também reconhecer e valorizar a presença e a diversidade da comunidade trans, travesti e não-binária em espaços culturais. A lista é um avanço significativo na busca por criar um espaço mais inclusivo e representativo na cultura brasileira.

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Como é feita a lista

O processo para criar as listas começa quando produtores e ativistas sociais contatam os organizadores do evento para solicitar uma porcentagem de ingressos. Com base nessa solicitação, os organizadores reservam uma quantidade específica para a comunidade.

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Esses ingressos são oferecidos gratuitamente por meio de um formulário divulgado nas redes sociais ou por contato direto via e-mail e redes sociais, onde os interessados podem se inscrever. O responsável pela gestão da lista revisa as inscrições conforme são recebidas e distribui os ingressos.

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Muitas das vezes, a demanda supera a quantidade de ingressos disponíveis, resultando em limitações para atender a todos os inscritos.

Em 2023, cinco festivais que implementaram políticas de acesso e inclusão para a população trans foram organizados por Iná Odara Cholodoski, que produziu o relatório “Listas Trans: um panorama dos festivais brasileiros em 2023”. Confira abaixo:

  • O Festival GRLS disponibilizou 80 ingressos para a lista e recebeu o mesmo número de inscrições. 
  • O Queremos ofereceu 60 ingressos, mas recebeu 78 inscrições e acabou atendendo todos os inscritos.
  • O Afropunk, que não impôs um limite de ingressos, concedeu entradas para todos os 446 inscritos.
  • O Rock The Mountain disponibilizou 150 ingressos, recebeu 255 inscrições na lista e ofereceu 210 ingressos.
  • O Primavera Sound SP ofereceu inicialmente 60 ingressos, recebeu 359 inscrições e, após uma nova conversa, aumentou a oferta para 80 ingressos.
Fonte: Redação Nós
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