Shirley e Gabriel são surdos oralizados, mas é difícil sustentar uma longa conversa com ouvintes, o que torna fundamental a fluência em Libras. No começo do pré-natal, a mãe não pediu intérprete e, em determinado momento, isso impediu uma comunicação segura com a médica.
"Seria muito difícil continuar porque ninguém da minha família sabe Libras. Poderiam me passar alguma informação errada. Foi muito importante ter junto comigo alguém fluente nas duas línguas (português e a língua de sinais)", diz Shirley, que relembra as dificuldades no nascimento da primeira filha, Ysabella, atualmente com 5 anos. "Aquela comunicação foi toda por escrito, eu entendia, mas sempre com medo de haver alguma falha. Agora, com a intérprete aqui, foi um alívio", comenta.
A participação de Roseane no parto foi um pedido de Shirley. No começo da madrugada do dia em que Miguel veio à luz, ela fez uma chamada de vídeo para a intérprete, que manteve o atendimento à distância até 4h, quando elas se encontraram no hospital. Miguel nasceu às 8h17 e Roseane continuou acompanhando o casal durante a internação, oito horas por dia, até a alta, no dia 8.
"O atendimento da Central de Libras ao munícipe surdo é bem amplo, abrange todos os aspectos da saúde e, pela primeira vez, seguiu até uma cesárea, com respaldo técnico e humanizado, de maneira igualitária", afirma Cristiane Zamari, coordenadora do setor de Defesa de Políticas para a Pessoa com Deficiência (Codep) de Santos.
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