Irã é expulso de grupo de mulheres da ONU após campanha dos EUA

Governantes clericais do Irã enfrentam desde setembro os maiores protestos em anos,

14 dez 2022 - 19h11
(atualizado em 15/12/2022 às 12h31)
Mulher caminha em Terrã ante grafite com bandeira do Irã
Mulher caminha em Terrã ante grafite com bandeira do Irã
Foto: Reuters

O Irã foi expulso de um grupo de mulheres da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira, por conta de políticas contrárias aos direitos de mulheres e meninas, uma medida proposta pelos Estados Unidos após a repressão de Teerã a protestos pela morte de uma jovem sob custódia policial.

O Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), de 54 membros, adotou uma resolução elaborada pelos EUA para "remover com efeito imediato a República Islâmica do Irã da Comissão sobre o Status da Mulher (CSW) pelo restante de seu mandato, entre 2022-2026."

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Foram 29 votos a favor, oito contra --incluindo Rússia e China-- e 16 abstenções.

"Esta é uma vitória para os revolucionários iranianos que têm enfrentado armas e balas enquanto lutam contra esse estado de apartheid de gênero", escreveu no Twitter a jornalista iraniana e ativista pelos direitos das mulheres Masih Alinejad, que vive nos Estados Unidos.

Os governantes clericais do Irã enfrentam desde setembro os maiores protestos em anos, depois que a iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, morreu sob custódia da polícia da moralidade, que impõe códigos de vestimenta rígidos no país. 

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse que remover o Irã era a coisa certa a fazer. A comissão de 45 membros se reúne anualmente em março e visa promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

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"É extremamente importante para as mulheres do Irã", disse Thomas-Greenfield à Reuters após a votação. "Elas receberam uma forte mensagem das Nações Unidas, de que os apoiaremos e condenaremos o Irã e não os deixaremos sentar na Comissão para o Estatuto da Mulher e continuar atacando mulheres em seu próprio país".

Thomas-Greenfield disse que a votação foi sem precedentes e "não vamos estabelecer limites, vamos continuar a pressionar pelos direitos humanos onde quer que estejam sendo violados. Este é um valor fundamental para nós".

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