O atual governo da Itália, que irá deixar o poder no final do mês, adotou um novo plano para os direitos LGBT pouco antes de entregar as rédeas a um governo de extrema direita que promete ser muito mais conservador nas questões sociais.
"Nós não fomos muito ideológicos, fomos muito concretos", disse a ministra da Igualdade de Oportunidades, Elena Bonetti, à Reuters nesta sexta-feira, dizendo que o conteúdo do documento não é controverso.
No entanto, eles imediatamente entraram em confronto com a futura primeira-ministra, Giorgia Meloni, e seu partido pós-fascista Irmãos da Itália, que venceu as eleições de 25 de setembro, em parte com promessas de defender a "família tradicional" e resistir aos "lobbies LGBT".
A "Estratégia Nacional LGBT+ 2022-2025", de 30 páginas, aprovada formalmente em 6 de outubro, visa combater a discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros em escolas, universidades, hospitais, prisões, clubes esportivos e no local de trabalho em geral .
Isabella Rauti, porta-voz dos Irmãos da Itália para igualdade de oportunidades, assuntos familiares e "valores não negociáveis", disse que é errado um governo interino em vias de sair comprometer seu sucessor com uma orientação de vários anos.
Meloni, que lidera um bloco que inclui a Liga, de Matteo Salvini e o partido Forza Itália, de Silvio Berlusconi, deve substituir o primeiro-ministro Mario Draghi no final deste mês. Ela será a primeira mulher a se tornar premiê da Itália.
Ela descartou a possibilidade de reverter as leis existentes sobre direitos LGBT e aborto, mas também excluiu ampliá-las. Seu partido é particularmente hostil à existência de pais do mesmo sexo e às ideias de "gênero fluido".