Jotta A rebate ataques após transição de gênero: "Transfobia é crime"

Ex-cantor gospel passou em março por uma cirurgia de feminização, quando colocou silicone nos seios

31 ago 2023 - 18h59
Foto: Reprodução/Instagram

A cantora Jotta A, de 25 anos, tem lidado com ataques na internet após sua transição de gênero. Ela ganhou notoriedade no Brasil na sua infância, cantando música gospel, mas há dois anos que começou a sua mudança. 

Em fevereiro, a cantora mudou de nome no civil, passando a se chamar Ella Viana de Holanda. Um mês após mudar o gênero e nome, a artista se submeteu à uma cirurgia de feminização.

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"Antes eu me estressa com mais frequência com o fato da ignorância ser tão normalizada. Hoje, conto até três e busco paz em coisas que me agregam. Nenhuma briga é válida, porque a gente já tem paz no nosso espírito. Mas claro que tem gente que acaba levando um processozinho por falar demais, desrespeito. Estamos no século 21, transfobia é crime. Mas estou em paz comigo mesma. Já nem me pilho. Estou zen", respondeu Jotta A na redes sociais.

Uma fã questinou ela na caixinha de perguntas, sobre transforbia e ela aproveitou a deixa para dar uma aula sobre transgênero.

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"Estudem, por exemplo, sobre os ameríndios e vocês vão ver que a binariedade é imposta pelos europeus a partir da colonização. Os ameríndios tinham um sistema de gênero que era homem, mulher e dois espíritos. Não existia essa questão de binariedade como vemos hoje. Então, se vocês estudarem, vocês vão ver que a partir dos ameríndios, transgêneros e muitas coisas que a sociedade nos faz crer que além de ser sodomita, errada, que muitas pessoas morreram através dessa ideologia, vocês vão ver que eram coisas normais na cultura deles. E eles não tinham essa ideologia de demonizar, como nós fomos demonizados a partir da colonização e da ´cruz e a espada'. Se vocês estudarem um pouco vocês vão ter paz no espírito de vocês para serem livres. Quando nós estudamos e nos libertamos dessas coisas impostas, nenhuma briga é valida", disse.

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Ella venceu um torneio de calouros do Programa Raul Gil quando era criança. Em seguida, fez sua carreira na música gospel e em abril de 2022, se assumiu publicamente como uma mulher trans. 

"Recomeçar não é fácil, mas estou feliz por estar vivenciando todo esse processo. Feliz em ter tantas pessoas que me apoiam e acreditam em mim nessa nova etapa", disse ela, na ocasião.

"Minha transição de gênero começou na pandemia, mas primeiro eu me assumi como uma pessoa LGBTQIA+. E como eu venho de uma família muito religiosa, então, foi bem difícil essa transição, primeiro essa autoaceitação. Assim que eu fiz a transição, o primeiro passo foi a terapia hormonal. Foi bem legal", contou.

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"Me acho uma mulher corajosa. Acho que o meu corpo a cada fase se comporta de uma maneira. A leitura de gênero pode se manifestar desde que você é criança. Eu, quando criança, já me olhava e me imaginava uma maneira. Eu me vejo além de uma maneira da que eu já sou", completou.

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Fonte: Redação Nós
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