Jovem com a ‘pior dor do mundo’ relata ter sofrido tentativa de estupro há quatro anos

Carolina Arruda usou as redes sociais para dar relato sobre violências sofridas antes de seu diagnóstico

7 ago 2024 - 10h54
(atualizado às 11h51)
Carolina Arruda usou as redes sociais para dar relato sobre violências sofridas antes de seu diagnóstico
Carolina Arruda usou as redes sociais para dar relato sobre violências sofridas antes de seu diagnóstico
Foto: Reprodução/Instagram

A jovem Carolina Arruda, de 27 anos, usou as redes sociais para contar sobre os abusos que sofreu antes de ser diagnosticada com a neuralgia do trigêmeo, doença que causa a “pior dor do mundo”, segundo a medicina. O caso dela ganhou repercussão na internet após ela dar um relato dizendo que estaria considerando a eutanásia, devido à doença não ter cura. Agora, ela passa por tratamentos alternativos para o alívio da dor.

Carolina resolveu falar sobre os abusos que sofreu, entre eles uma tentativa de estupro por um vizinho, porque para ela, é necessário tratar a dor psíquica antes de tratar a dor física que sente devido à condição médica. Segundo ela, na infância e na adolescência, ela sofreu abusos.

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Em um vídeo publicado no Instagram, a jovem revelou que, em 2020, quando morava na cidade de Bambuí (MG) e cursava Medicina Veterinária, um vizinho pediu ajuda para dar remédio ao cachorro, sabendo que ela estava cursando a faculdade. Ao chegar no apartamento, ele tentou estuprá-la. O homem foi punido apenas com uma multa e teve restrições para sair à noite por dois anos, mas não foi preso pelo crime.

"Eu morava em um condomínio e usava sempre uma camiseta com 'Medicina Veterinária'. Um vizinho, que morava com a esposa enfermeira, pediu ajuda para dar um remédio ao cachorro. Eu disse que ajudaria quando a esposa dele chegasse do trabalho em casa, por volta das 19h. Por volta de 19h30 cheguei na casa dele e a esposa não estava. Somente depois descobri que a esposa já tinha mudado o horário de plantão dela há duas semanas e ele não me falou isso, na maldade. Depois de dar o remédio, fui saindo, mas ele me atacou, me prendeu pelos braços e começou a tirar minha roupa com a boca".

A jovem não conseguiu gritar, porque havia feito uma cirurgia há um mês, que causou uma paralisação nos músculos da face. Isso dificultou que ela pedisse ajuda no momento da agressão.

"Eu só lembrei da Carolina de seis anos, que também não conseguiu gritar por motivos diferentes. Eu consegui tirar uma força que eu não sei de onde veio. Eu consegui escapar pela lateral em um momento que ele se descuidou e levantou o braço e aí eu consegui escapar e fugir", relatou.

Carolina procurou a Polícia Militar (PM), que registrou o caso como importunação sexual. Depois, ela descobriu que o homem havia sido denunciado por outras duas jovens, pelo mesmo motivo.

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"Ele nunca foi devidamente punido. Apenas pagou uma multa e teve restrições à noite, enquanto eu continuei enfrentando uma onda de abusos", concluiu.

Carolina disse que, na infância, foi abusada sexualmente por um familiar, que a ameaçou para que ela não contasse o ocorrido. O trauma causou o isolamento dela com a família, e provocou dores de cabeça e desmaios, que inicialmente foram tratados como enxaqueca emocional.

Aos 13 anos, ela começou a namorar um jovem. O relacionamento era abusivo física e psicologicamente. Aos 16, Carolina engravidou, foi pressionada pelo parceiro a abortar, mas decidiu seguir com a gravidez e teve sua filha. Na época, ela teve medo de denunciar, mas hoje espera que seus relatos incentivem outras mulheres vítimas de abusos a não se calarem.

Atualmente, a filha de Carolina tem 10 anos, e mora com familiares, devido à condição de saúde da mãe. A jovem é casada com Pedro Leite, que a apoia e convive com as limitações causadas pela neuralgia do trigêmeo da esposa, além de acompanhá-la no tratamento.

Fonte: Redação Terra
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