Um jovem de 20 anos foi preso sob a suspeita de atear fogo na ex-companheira, que tem 18 anos. A vítima teve 90% do corpo queimado e está internada em estado grave no Hospital Municipal de Cuiabá, no Mato Grosso.
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Segundo a Polícia Civil, o suspeito foi preso no final da tarde desta segunda-feira, 16, em investigação conduzida pela Delegacia de Paranatinga, cidade onde ocorreu o crime, com o apoio da Delegacia Especializada de Mulher de Cuiabá.
O investigado, que também teve 50% do corpo queimado durante a ação criminosa, teve o mandado de prisão preventiva decretado pela Comarca de Paranatinga, e a ordem judicial foi cumprida no hospital em que ele permanece internado.
As investigações foram iniciadas na noite de 9 setembro, após os policiais da Delegacia de Paranatinga serem acionados sobre um incêndio em uma residência no bairro Ipê Florido. No local, os agentes foram informados de que um casal havia sido encaminhado para o hospital da cidade, e que a jovem teve 90% do corpo queimado.
Segundo a polícia, durante a investigação, surgiram narrativas conflitantes. Familiares do suspeito alegaram que a jovem tentou impedir uma tentativa de suicídio do companheiro e acabou sendo ferida. No entanto, essa versão foi considerada improvável devido à gravidade das lesões no corpo da vítima. Novas informações foram obtidas, revelando que se tratava de uma tentativa de feminicídio. A própria vítima relatou que seu ex-companheiro jogou álcool sobre ela e, em seguida, ateou fogo.
Durante oito dias de investigação, a Polícia Civil identificou o posto onde o suspeito adquiriu R$ 13 em combustível, usado para provocar o incêndio. O homem criou uma falsa história para atrair a ex-companheira até sua residência, onde, ao encontrá-la, ateou fogo em seu corpo. No momento do ataque, o álcool também atingiu o suspeito, que acabou sofrendo lesões em seu próprio corpo.
O casal recebeu atendimento no Hospital de Paranatinga, e posteriormente, foi encaminhado para o Hospital Municipal de Cuiabá, onde a jovem permanece gravemente ferida, entubada e correndo risco de morte.
Com base nas investigações, o delegado de Paranatinga, Gabriel Conrado Souza, representou pelo mandado de prisão preventiva contra o suspeito pelo crime de tentativa de feminicídio. “O casal que se relacionou por três anos estava há três meses separado, porém, ele não aceitava o fim do relacionamento. A mãe da vítima relatou que no dia dos fatos, a filha chegou a falar que se ela sumisse, o responsável seria o seu companheiro, já indicando o medo de que sua vida fosse tirada por ele”, afirmou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, ao ser notificado sobre o mandado de prisão, o suspeito não demonstrou qualquer constrangimento ou arrependimento pelo crime cometido. O detido está à disposição do Poder Judiciário, sob custódia da Polícia Penal, e segue recebendo cuidados médicos.
