A jovem Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos, encontrada morta com um tiro no peito nesta segunda-feira, 28, na Rocinha, no Rio de Janeiro, ligou para o pai duas semanas antes contando que havia sido agredida pelo namorado e dizendo que precisava de dinheiro para deixar a casa em que morava com o suspeito. A informação foi dada por Rodrigo Carvalho Teixeira, o pai dela, em entrevista ao jornal Extra!.
De acordo com Rodrigo, após receber a ligação da filha ele ficou preocupado e pediu que ela saísse do imóvel e retornasse para casa, em Irajá, na Zona Norte. No entanto, alguns dias depois, Jenifer desistiu de deixar o local que estava morando e continuou com o namorado.
"Liguei para ela, quem atendeu foi ele, e pedi para falar com minha filha. Ela me disse que tinha decidido dar a ele mais uma chance e eu não podia fazer mais nada. Só disse a ela: Você fez a sua escolha", contou o pai.
Nesta segunda, a jovem foi encontrada morta na casa em que vivia com o namorado há cerca de um mês. Ela havia o conhecido no Morro do Juramento, onde a mãe dela mora com os seus irmãos. Foi o pai que achou a filha já sem vida. "Nem janelas tinha [na casa que ela morava com o namorado], nem TV. Nada. Parecia um cativeiro", disse o pai ao jornal. "Eu e a mãe dela já tínhamos alertado Jenifer sobre o relacionamento com esse rapaz. Ele tem envolvimento com o tráfico. Cheguei a colocá-la para fora de casa uma vez por causa do envolvimento com esse rapaz, mas não adiantou", lamentou.
Rodrigo relata que ao lado da cama em que a filha estava morta viu uma pilha de roupas dela, o que o fez acreditar que ela queria deixar o local. Para o pai, deve ter ocorrido uma briga entre o casal e o rapaz atirou em Jenifer: "O perito disse que tinha tecido nas unhas da minha filha, o que leva a imaginar que houve uma briga."
Em entrevista à TV Globo, a avó da jovem, Thania Leandro Paes, contou que o namorado da neta era muito ciumento. "Ela não tinha a liberdade de conversar com ninguém. Ela vivia em cárcere privado. Ele prendeu ela dentro de casa sem comida, sem uma geladeira, sem uma televisão. Ela pegava um caderno e escreveu tudo que estava passando, que não pode sair dali. Eu só queria justiça, que ele pagasse pelo o que fez com a minha neta", disse a familiar muito emocionada.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, por meio da 11ª DP (Rocinha).