O juiz Rudson Marcos teve pena de advertência aplicada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nesta terça-feira, 14. Rudson Marcos, juiz do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, foi advertido pelo órgão por causa de conduta omissa na audiência de 2020 sobre o caso Mari Ferrer.
Na ocasião, o juiz não se pronunciou sobre os ataques feitos a Mariana Ferrer por Cláudio Gastão da Rosa Filho, advogado de André Camargo Aranha, acusado de estuprar a jovem influenciadora Mari Ferrer em dezembro de 2018.
A pena de advertência é aplicada quando o juiz age ou reage de maneira negligente em determinada situação. A solicitação da advertência ao juiz Rudson Marcos foi feita pela relatora do CNJ Salise Sanchotene e apoiada pelo ministro Luis Roberto Barroso e alguns conselheiros, como Mauro Martins e João Paulo Schoucair.
Os ataques realizados na audiência em 2020 ganharam notoriedade nas redes sociais quando o site The Intercept divulgou trechos do processo. O advogado do criminoso exibiu imagens de Mari Ferrer com a intenção de depreciar a jovem e deixar o cliente “ileso” das acusações. Cláudio Gastão da Rosa Filho ainda agrediu verbalmente a vítima do caso, a chamando de dissimulada. "Jamais teria uma filha do nível. Não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lágrima de crocodilo", disse o advogado do acusado em audiência em 2020.
O vídeo repercutiu muito nas redes sociais e causou revolta dos internautas pela fala agressiva do advogado e pela omissão dos parlamentare e do juiz Rudson Marcos. Na época, Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, se pronunciou nas redes sociais sobre o caso: "As cenas da audiência de Mariana Ferrer são estarrecedoras. O sistema de Justiça deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilhação. Os órgãos de correição devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram", escreveu no X, ex -Twitter em 2020.