'Justiça 2': Maria Padilha aborda o racismo e diz que vive drama com o filho

Maria Padilha é mãe de Manoel, de 12 anos

25 abr 2024 - 15h21
(atualizado às 15h33)

Justiça 2 (Globoplay) irá contar a história de Balthazar (Juan Paiva), que é acusado injustamente de ter roubado um restaurante. Ele é preso e passa sete anos de sua vida na cadeia por um erro que não cometeu.

Uma das pessoas responsáveis pela prisão do rapaz é Silvana (Maria Padilha) que, ao lado do marido Nestor (Marco Ricca), confirma a identidade dele em um catálogo digital de suspeitos da polícia.

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Após sete anos, ao reencontrar Balthazar livre e inocentado do crime de que foi acusado, Sivana decide ajudá-lo. No episódio que estará na plataforma hoje, Silvana conhece o barraco que ele alugou.

"No barraco, ela se defronta pela primeira vez com a realidade de uma pessoa negra moradora da favela. Uma realidade bem diferente da dela, que vive num palácio. Pra mim, foi uma cena difícil de fazer", conta a atriz de 63 anos ao jornal Extra.

"Ela é como a maioria da população brasileira. Vê uma foto de um menino negro que arrumou confusão na noite anterior no restaurante e o acusa. Será que se fosse um loiro de olho azul ela faria o mesmo?", disse Maria, que é mãe de Manoel, de 12 anos, que é negro.

"É um assunto que me toca bastante. Já vivenciei vários casos de racismo. Minha avó foi uma militante antirracista no começo do século 20, muito antes de se falar disso. O racismo indefinido do Brasil acaba sendo mais problemático do que nos Estados Unidos. Lá, os negros puderam se organizar melhor porque o racismo era na cara. Aqui é disfarçado. Quando você tem um filho que passa por isso, desperta uma fúria dentro de si", declarou.

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O que é ser antirracista? O que é ser antirracista?

Recentemente, Maria realizou um desabafo em suas redes sociais sobre um episódio de racismo que envolveu Manoel, adotado aos 2 anos por ela e o então marido, Orlando Schaider:

"Em casa, aos poucos essa conversa acontece. Me lembro da primeira vez que ele perguntou: "mãe, por que sou marrom?''. Juntei os braços de todo mundo e mostrei que ninguém é da mesma cor. Sou clara, mas minha família tem mistura. Não existe branco no Brasil, é maluquice brasileiro achar que é branco. Todos somos pretos de algum modo".

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