Justiça solta torcedor do Flamengo que assediou repórter no Maracanã

Jornalista da ESPN falava ao vivo para o canal quando foi beijada sem autorização; torcedor terá que cumprir medidas cautelares

8 set 2022 - 18h37
(atualizado às 19h04)
Caso aconteceu algumas horas antes da partida entre Flamengo e Vélez, no Maracanã (Foto: Reprodução/ ESPN)
Caso aconteceu algumas horas antes da partida entre Flamengo e Vélez, no Maracanã (Foto: Reprodução/ ESPN)
Foto: Lance!

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro expediu, na tarde desta quinta-feira, 8, um alvará de soltura para o torcedor do Flamengo Marcelo Benevides Silva, que assediou a repórter Jéssica Dias, da ESPN. O crime aconteceu enquanto ela trabalhava na cobertura da semifinal da Libertadores, na partida entre Flamengo e Vélez, que ocorreu nesta quarta-feira, 7. Com a decisão, ele responderá ao processo em liberdade.

A decisão do juiz Marcello Rubioli determina, no entanto, que Marcelo siga medidas cautelares. São elas: a proibição de saída do estado sem autorização judicial; proibição de contato com a vítima e testemunhas, exceto se parentes; e a proibição de presença nos espetáculos esportivos com participação do Clube de Regatas do Flamengo até o fim do processo.

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Marcelo havia sido preso preventivamente pela polícia por "importunação ofensiva ao pudor". De acordo com a ESPN, a equipe que estava com a jornalista no momento do episódio conseguiu identificar e segurar o torcedor do Flamengo.

Os policiais levaram o assediador para uma audiência de custódia, no Juizado Especial Criminal, no próprio estádio. Após a decisão do juiz, Marcelo havia sido encaminhado para a 19ª DP, na Tijuca, Zona Norte do Rio. 

Procurada, a assessoria do Flamengo, respondeu que os advogados presentes na partida foram enviados para prestar assistência jurídica à repórter. O clube carioca também emitiu uma nota de repúdio após o acontecimento. 

Leia a nota na íntegra: 

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O Clube de Regatas do Flamengo lamenta que, num momento onde se comemoram grandes jogos do futebol brasileiro e, especialmente, nossa classificação às semifinais da Copa do Brasil, tenhamos o triste registro de violência e desrespeito contra torcedores flamenguistas e jornalistas que cobrem o clube.

Infelizmente foi o que vimos em nosso jogo desta quarta-feira, na cidade de Curitiba, contra o Athletico Paranaense.

Já na entrada da Arena da Baixada, torcedores rubro-negros foram obrigados a tirar os sapatos para acessar o estádio, inclusive senhores de idade e mulheres, sem falar na apreensão de adereços que não apresentam nenhum risco e que sempre foram permitidos nos estádios, sem contrapartida de igual revista na torcida mandante.

No entorno da Arena da Baixada, flamenguistas foram recebidos com agressividade e objetos arremessados, ação que se repetiu contra os nossos atletas em campo no decorrer da partida.

Após o jogo, um jornalista foi intimidado e ameaçado por profissionais ou pessoas igualmente credenciadas pelo Athletico Paranaense, no momento em que fazia seu trabalho, sem ter tido nenhuma postura ofensiva que justificasse tal atitude.

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No final da noite, em um restaurante em Curitiba, torcedores do Athletico Paranaense expulsaram do local uma família rubro-negra, com mulheres e crianças, com truculência e falas racistas.

É deplorável e inaceitável que ainda haja espaço para este tipo de conduta ultrapassada no futebol brasileiro.

O Flamengo solicitará que a CBF e as autoridades competentes tomem as providências cabíveis para punição dos envolvidos e para que esse tipo de atitude seja banida de vez do nosso futebol.

Fonte: Redação Terra
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