Ketanji Brown Jackson tomou posse nesta quinta-feira como juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, fazendo história como a primeira mulher negra na principal corte da Justiça do país, em um momento em que sua maioria conservadora exerce sua força em grandes decisões.
Jackson, de 51 anos, chega ao bloco progressista da corte, que tem maioria conservadora de 6 a 3. Sua chegada, na cadeira que era ocupada pelo juiz progressista Stephen Breyer, que se aposentou, acontece seis dias após a corte reverter a decisão Roe vs. Wade, de 1973, que legalizou o aborto em todo o país. Breyer, que aos 83 anos era o decano da corte, se aposentou oficialmente nesta quinta-feira.
"Com o coração cheio, eu aceito a responsabilidade solene de apoiar e defender a Constituição dos Estados Unidos e de aplicar a Justiça sem medo ou favorecimento", disse Jackson em nota.
Uma pesquisa da Reuters/Ipsos nesta semana apontou que a maioria dos norte-americanos --57%-- possui uma opinião negativa sobre a corte após a decisão sobre o aborto, uma mudança significativa em relação ao início do mês, quando uma maioria estreita tinha uma boa avaliação sobre o tribunal.
Jackson é 116ª magistrada da corte, a sexta mulher e a terceira pessoa negra a servir na Suprema Corte desde sua fundação, em 1789.
"Estou feliz pela América", disse Breyer em nota. "Ketanji irá interpretar a lei com sabedoria e justiça, ajudando a lei a funcionar melhor para o povo americano, a quem serve."
Como os três juízes conservadores indicados pelo ex-presidente Donald Trump, Jackson é jovem o suficiente para servir por décadas no cargo, que é vitalício.