Klara Castanho se pronunciou pela primeira vez nesta quarta-feira, 6, após ser pressionada mediante o vazamento de informações médicas sigilosas a revelar em carta aberta que foi vítima de um estupro, engravidou e entregou o bebê para adoação. A atriz de 21 anos usou o Instagram para agradecer "cada palavra de amor, de afeto e de acolhimento" que recebeu.
"Os últimos dias não foram fáceis, mas eu queria vir aqui para agradecer por cada palavra de amor, de afeto e de acolhimento que eu recebi e venho recebendo. Todo esse carinho tem sido muito importante para mim e eu precisava dividir a minha gratidão com vocês. Obrigada do fundo do meu coração", escreveu a atriz.
Klara ainda destacou que segue em acompanhamento psicológico e cercada de profissionais "que estão trabalhando para a preservação" dos seus direitos.
Na segunda-feira, 4, o hospital no qual a atriz realizou o parto negou fornecer o prontuário de atendimento de Klara ao Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo), que investiga a conduta das enfermeiras que supostamente compartilharam os dados médicos sigilosos da atriz com jornalistas.
O acesso foi negado sob a "justificativa da necessidade de autorização prévia da paciente, seguindo o previsto em resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) e no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem", disse a nota.
O Coren-SP ressaltou que está à disposição da atriz "para orientação quanto aos procedimentos para encaminhamento de apuração da conduta dos profissionais de enfermagem que a tenham atendido ou de autorização para acesso ao prontuário", finalizou.
O caso
No dia 21 de junho, Klara revelou em carta aberta que engravidou após ser vítima de estupro e entregou o bebê para a adoção. A carta foi divulgada para por fim aos rumores que circulavam nas redes sociais. Ela ainda apontou a má conduta de alguns profissionais de saúde envolvidos no diagnótico e parto.
Com as revelações, o Coren-SP abriu investigação para avaliar a conduta da enfermeira que teria vazado as informações para o colunista Leo Dias. O jornalista, por sua vez, expôs detalhes sobre o nascimento da criança, após a divulgação da carta aberta de Klara, e posteriormente teve o texto retirado do ar, em meio a enxurrada de críticas nas redes sociais. No dia seguinte, ele pediu desculpas à Klara.
O site Metrópoles, onde o texto foi publicado, também pediu desculpas pelo "mau jornalismo" cometido. Desde a carta aberta, internautas e famosos prestam solidariedade e apoio à Klara, além de criticar os jornalistas envolvidos na exposição da história e os comentários agressivos de Antonia Fontenelle.
A Comissão de Ética dos Meios de Comunicação da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) advertiu o jornalista Leo Dias pela sua conduta. Já Matheus Baldi, o primeiro a tornar pública a informação que Klara Castanho estava grávida, também se defendeu das críticas.