Aos 89 anos de idade, a ucraniana Larisa Latynina é, sem dúvida, uma das ex-atletas olímpicas com mais histórias para contar. Com um desempenho incrível na ginástica artística, ela se tornou lendária pela quantidade impressionante de medalhas olímpicas: 18, em três Jogos Olímpicos: Melbourne (1956), Roma (1960) e Tóquio (1964). Sua marca foi superada apenas em 2016 pelo nadador Michael Phelps. E, até agora, Larisa é a mulher com mais medalhas olímpicas.
- Esse artigo faz parte da série Mulheres Olímpicas, que conta histórias de mulheres que brilharam e se tornaram referências mundiais em seus esportes, impactando gerações futuras.
Larisa Latynina nasceu em 1934, na Ucrânia, e tinha apenas cinco anos de idade quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu. Às dificuldades inerentes ao cenário somaram-se a dor pela morte do pai na Batalha de Stalingrado, em 1943, e a saudade da mãe que a enviou para morar com parentes.
A dança foi a forma que achou para enfrentar a saudade e a tristeza. Aos 11 anos, porém, o estúdio em que praticava balé fechou e Larisa acabou enveredando pelos caminhos da ginástica, modalidade pela qual se apaixonou. O talento natural foi aprimorado e, treino após treino, a menina se destacou e despontou como a melhor ginasta da União Soviética.
Em 1954, conquistou a primeira medalha de sua valiosa competição no Campeonato Mundial de Roma. Dois anos depois veio a primeira Olimpíada, aos 21 anos, na qual conquistou quatro medalhas de ouro, por equipes, individual geral, salto e solo, além de uma prata nas barras assimétricas e mais um bronze por equipes.
Em 1958, grávida de quatro meses, brilhou novamente no Mundial e conquistou cinco dos seis títulos possíveis. Nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, faturou mais seis medalhas, e nas Olimpíadas de Tóquio (1964) ganhou suas duas últimas medalhas de ouro olímpicas, além de mais duas de bronze.
Em 1966, ela tornou-se técnica da equipe nacional de ginástica da União Soviética, que liderou até 1977. Sob seu comando, a seleção conquistou o ouro por equipes nos Jogos de 1968, 1972 e 1976.
No ano 2000, Latynina recebeu a Ordem de Honra do presidente russo Vladimir Putin e participou de um documentário sobre suas experiências como ginasta e técnica da extinta União Soviética.
Larisa, que vive na cidade de Semenovskoye, nos arredores de Moscou, foi naturalizada russa. Em 15 de agosto de 2008, parabenizou o nadador Michael Phelps por quebrar seu recorde de medalhas de ouro conquistadas em Olimpíadas.