No último sábado, 16, o humorista Léo Lins fez piadas capacitistas sobre o influenciador digital Ivan Baron. Na ocasião, ele imitou a maneira como Ivan fala e também seus movimentos corporais, representando a paralisia cerebral do influenciador de forma ofensiva.
"Um tempo atrás veio um processo grande, quem foi responsável por isso foi um militante lá que subiu a rampa com o Lula", disse ele, dando uma pausa para imitar a dificuldade na fala de pessoas com paralisia cerebral.
Em outro vídeo, Léo Lins debocha de pessoas com hidrocefalia, esquizofrenia e autistas. "Portador de hidrocefalia?! Portador? O cara vai no mercado: 'Completa aí, enche a cabeça com 10L. Pode botar bastante porque Cuiabá é quente e vai evaporar metade", disse.
Ivan Baron se pronunciou nesta segunda-feira, 18, sobre os comentários capacitistas de Lins. "Infelizmente preciso vim aqui nas redes sociais expor mais um ataque CAPACITISTA que eu sofri de autoria do Léo Lins. Chegou até a mim um vídeo em que o humorista durante o seu show de standup se refere a minha pessoa de maneira extremamente ofensiva, imitando minhas características físicas, o jeito que eu falo e movimentos corporais, tudo com o objetivo de estereotipar para fazer com que a sua plateia dê risada em cima da condição que possuo", escreveu o influenciador.
[CONTEÚDO SENSÍVEL❗️]
Infelizmente preciso vim aqui nas redes sociais expor mais um ataque CAPACITISTA que eu sofri de autoria do Léo Lins. Chegou até a mim um vídeo em que o humorista durante o seu show de standup se refere a minha pessoa de maneira extremamente ofensiva + pic.twitter.com/9QDUkqsyAE
— Ivan Baron 🦯 (@ivanbaron) September 18, 2023
Segundo Baron, o vídeo despertou gatilhos de situações que ele vivenciou durante o processo de aceitação de sua deficiência. "Me senti mais uma vez humilhado por uma pessoa que não teme as consequências que a suposta piadinha pode fazer na vida do outro", contou.
O influenciador informou que "ações judiciais já estão sendo tomadas". "Não dá mais para tratar como algo que não existe, mas existe, sim, e grita por justiça, acredito que a impunidade não pode se sobressair", finalizou o influenciador.
Ministério Público de São Paulo
Este mês, Léo Lins se tornou réu por promover conteúdo discriminatório e teve o YouTube e TikTok suspensos por 90 dias, além de R$ 300 mil bloqueados em suas contas bancárias. No pedido feito pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) consta que o humorista divulga "conteúdos capazes de humilhar, constranger e injuriar minorias". Léo Lins é acusado de promover discurso de ódio contra pessoas com deficiência, negros e nordestinos. Caso seja condenado, a pena pode variar de 4 a 10 anos de reclusão.
A denúncia do MPSP tem como base o artigo 88 da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (n° 13.146/2015), que prevê multa e prisão para quem discriminar uma pessoa por causa de sua deficiência. Também é baseado no artigo 20 da Lei n° 7.716/1989, que visa combater crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.