LGBTs e imigrantes devem evitar viagens à Flórida, alertam organizações civis

Grupos de defesa dos direitos civis consideram que o atual governador, Ron DeSantis (Republicano), executa uma política hostil às minorias.

14 abr 2023 - 20h48
(atualizado às 21h38)
Pessoas da comunidade LGBT, negros e imigrantes estão sendo desaconselhados a viajarem para a Flórida Crédito
Pessoas da comunidade LGBT, negros e imigrantes estão sendo desaconselhados a viajarem para a Flórida Crédito
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

LGBTs e imigrantes devem evitar viagens ao estado da Flórida, nos EUA. O alerta vem das organizações de direitos civis Equality Florida e Florida Immigrant Coalition feito na terça-feira, 11.

A Equality Florida considerou a medida "extraordinária", porém necessária diante dos riscos "à saúde, segurança e liberdade daqueles que consideram viagens longas ou curtas ou até realocação [mudança] para o estado". Entre os riscos estão políticas do Florida's Boards of Medicine and Osteopathy, que bane o atendimento médico de urgência a pessoas trans, assim como eliminação da cobertura do Medicaid — o plano de saúde estadual — para estes cidadãos.

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A diretora executiva Nadine Smith ainda explicou que a Equality Florida decidiu emitir o alerta após receber muitas questões sobre a segurança de pessoas LGBTQIAP+ na Flórida, desde que foram aprovadas leis "hostis à comunidade, que restringem acesso à saúde reprodutiva ou repelem [outras] leis de segurança [sobre porte de] armas, fomentam preconceitos raciais e atacam a educação pública ao banir livros e censurar o currículo".

Os relatos de famílias de LBGTs deixando o estado teriam aumentado ainda mais após a aprovação da legislação conhecida como "Don't Say Gay Bill", que afirma que o ensino em sala de aula "sobre orientação sexual ou identidade de gênero não possa ocorrer do jardim de infância até a terceira série" ou "de uma maneira que não seja apropriada à idade ou ao desenvolvimento".

A Equality Florida ressaltou que o governador Ron DeSantis, que assinou a lei em 28 de março, "fez de suas políticas extremistas o centro de sua estratégia de campanha presidencial, transformou as agências estaduais em armas para silenciar críticos e impões sanções a grandes e pequenas companhias que discordam da sua guerra cultural ou seus ataques à diversidade, igualdade e inclusão".

Uma delas é a Disney. O governador retirou o controle da empresa sobre a área dos parques na região de Orlando depois que a Disney se posicionou contra a "Don't Say Gay Bill". A Equality Florida lembrou que seu CEO, Bob Iger, chamou DeSantis de "anti-negócio e anti-Flórida".

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"A piora destes ataques, especialmente aqueles que tem como alvo a juventude trans, também levou à proposta de políticas por todo o país para oferecer refúgio àqueles fugindo de estados como a Flórida", diz o texto.

A situação dos imigrantes

A Florida Immigrant Coalition, uma aliança que reúne 65 organizações de proteção aos imigrantes, também pediu a cidadãos estrangeiros que reconsiderem viagens ou a mudança permanente para o estado. A NAACP fez um alerta semelhante à comunidade negra na semana anterior.

Segundo a organização, o alto risco de preconceito racial devido aos sotaques de latinos e em relação a negros podem levar a prisões indevidas. Uma nova legislação, a SB 1718, ainda pode criminalizar, em breve, não só imigrantes ilegais, mas até quem oferecer uma carona a eles. Hospitais e médicos também serão obrigados a coletar informações sobre o status de imigrantes -  o que pode repelir estes cidadãos da busca por atendimento de saúde.

Tanto a Equality Florida quanto a Florida Immigrant Coalition explicam em detalhes os riscos e oferecem orientações a viajantes que pretendem entrar no estado.

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