Na tarde desta terça-feira, 8, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) a nomeação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) como chefe de transição de governo e também a criação de 31 grupos temáticos que vão atuar nos próximos meses no preparo do novo governo. Um dos grupos citado é o de "Povos Originários".
Diante da sinalização, liderenças indígenas, como a recém-eleita deputada federal Sônia Guajajara (Psol), já dão como certa a formalização do novo ministério proposto por Lula durante a campanha e citado em seu discurso, em São Paulo, após o pleito no dia 30 de outubro.
A equipe de transição de governo publicou hoje a portaria que institui os novos Ministérios e confirma o Ministério dos Povos Originários. Esperamos poder participar da transição e discutir a missão, formato, estrutura e força para definir quem assumirá como Ministro ou Ministra!
— Sonia Guajajara (@GuajajaraSonia) November 8, 2022
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Abip) realizou postagem similiar, assim como a também eleita deputada federal Célia Xakriabá (Psol).
Gabinete de Transição de @LulaOficial publicou portaria que confirma Ministério dos Povos Originários no Governo. @ApibOficial espera que o movimento indígena participe das discussões que definem a estrutura deste novo espaço para o fortalecimento dos nossos direitos.
— Apib Oficial (@ApibOficial) November 9, 2022
A equipe de transição anunicou a oficialização da criação do ministério dos povos originários. @LulaOficial cumpre sua promessa com os nossos povos e com o planeta. É um marco histórico na nossa luta por voz e direitos. Vai ter indígena em Brasília sim! 🏹💜
— Célia Xakriabá (@celiaxakriaba) November 8, 2022
A portaria prevê, ainda, que cada grupo temático será formado por até quatro integrantes, um assessor administrativo e até quinze membros voluntários. A própria Sônia tem sido citada como possível nome para integrar o grupo ou assumir o ministério, caso seja aprovado.
Outro forte nome para o ministério é Beto Marubo, membro da Organização União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA). A escolha dele seria uma alternativa à das parlamentares eleitas e evitaria o esvaziamento da chamada "Bancada do Cocar" que se formará no congresso no próximo ano.
A ativista Karibuxi, idealizadora do ProIndigenas que destaca iniciativa de pessoas indígenas e co-idealizadora dos boletins #IndígenasECovid19 e #BoletimIndígena, também destacou a necessidade de pessoas indígenas compondo o grupo, ao contrário do que outros usuários das redes sugerem ao declararem preconceituosamente que indígenas não teriam "traquejo político".
Vi pessoas querendo não-indígenas para o cargo de ministro do Ministério dos Povos Originários, dizendo que estes tem “melhor traquejo político” que os indígenas. É cada coisa que eu tenho que ler nessa rede, a tutela e racismo seguem fortes…
— Karibuxi (@Karibuxi) November 7, 2022